domingo, 15 de novembro de 2009

125. Jeito

Por fim acabou. Nossa. Depois de quase seis meses de amor e angústia, acabou. Com uma conversa, um picolé e a percepção de que ninguém teve culpa de nada. Eu tive. Mas aprendi. E entendi.

Isso foi na sexta.

Ontem, saí. O dia estava lindo. Vi uma exposição do Hellminster e caminhei sem muita pressa pela Avenida Sete. Voltei e, entre pizza e sacanagem na reuniãozinha da minha amiga, travei uma outra conversa com outra pessoa que acho que eu precisava ter.

E fiquei olhando pro meu próprio pé. E percebi que minha agonia não era tanto assim. Tem jeito.




(Repito, repito, repito, "tem jeito". "Tem jeito". "Tem jeito"...)

domingo, 25 de outubro de 2009

124. Quitters

They say quitters never win
but we walk a plank on a sinking ship
there's a world outside of my front door
that gets off me when I'm down.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

123. Indo

Fica tudo calmo. Problemas pequenos, decepções maiores, mas tudo muito calmo. Tudo muito indo. Tudo muito bem.

Vivo dias felizes, porque a falta de notícias é uma boa notícia. Vivo também dias sarcásticos.

sábado, 26 de setembro de 2009

122. Alívio

Ela falou mesmo. Disse que ia e fez. Nossa.

Você me chamou pra conversar. Tem uma desculpa convincente para tanto. Não precisa marcar algo estranho.

E pude me livrar de você, exorcizando cada gota de pecado que me consumia há tanto tempo. Para nunca mais me repetir, para reaprender. Que alívio.








My heart that I broke when I was too rushed,
I'll regain them, to walk like myself.
I will.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

121. Porte

Quero que alguém me dê um murro e eu fique disforme, mole, como argila. Vire apenas uma bola o chão, pronta para ser modelada do jeito certo, bom, interessante para aqueles ao meu redor.

Quero saber como devo me portar para deixar os outros felizes. Quero saber como me portar para ser feliz. Por favor.






(I could be you, if I wanted to)

sábado, 15 de agosto de 2009

120. All

"beijo, te amo"


Idem.


And all I know all I know, love has saved the day.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

119. Retrato

Aí. É lendo essas coisas que você se sente um bagaço. Ainda há tempo.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

118. Inconscientemente

Porque não adianta: penso que tudo pode ter lógica, regras, modi operandi certos e regrados. Isso não é a lua pra ser regrado. E adivinha!, não consigo me livrar desse pensamento, mesmo que incorreto. Inconscientemente, aí estou eu listando "o que posso fazer da próxima vez."

E adivinha!, todas as vezes me repito.




Não vale a pena. Mas, por mim, espero que seja capaz de ser sincera e te ferir, algum dia.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

117. Celebrar

"I never opened myself this way
Life is ours, we live it our way
Hold these words I don't just say
And nothing else matters."









Descobri hoje a hora mais bonita do dia. A beleza é de uma efemeridade tenebrosa, magnífica, e sorriu em mim esta tarde, como em muitas outras em muitas horas.


Se isso não é celebrar a vida, mãe, então não sei o que é.

domingo, 2 de agosto de 2009

116. "Espera"

Eu vi ali, ali do meu lado, e não fiz nada, só olhei. Não pode ter sido coincidência; se foi, tanto melhor: eu tava mesmo querendo acreditar que o mundo vale a pena apesar de não valer, né. Eu não fiz nada, mas não é possível. Vai acontecer porque eu quero que aconteça.

Tem gente que acha as coisas na hora porque tem fé. Eu não. Eu continuo procurando, mas vou achar. Espera.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

115. Conta

Sonhei com você noite passada. Como tenho, como a maioria das pessoas, o péssimo hábito de esquecer os sonhos no meio da manhã, não sei muito bem o que fazia naquela praia, com aquelas pessoas que - sabia - me fariam mal, sob um sol de celofane laranja. Mas você estava lá, com a sua mãe, e passei por você duas vezes. Na primeira, fingimos não nos ver. Na segunda, inevitavelmente encontrei seus óculos escuros e te cumprimentei pelo nome, e você respondeu pelo nome, e pronto. Segui o sonho sem parar em mais lugar nenhum.

Estou ligada a você como um fã é ligado por seu ídolo, exceto que não sou sua fã. Mas como um ídolo, você só se comunica por frases musicais, por músicas com mensagens, com mensagens dúbias. Não é para mim, e sempre é, porque nunca o sei. A sua promessa, a sua declaração - acredito todas as vezes em que o pensamento de você atravessa minha mente. Mas cada vez menos.

Faz de conta que eu cansei de fazer de conta. Faz de conta que a gente aconteceu, as estrelas sumiram e só existem pessoas comuns fazendo coisas extraordinárias e insignificantes. Faz de conta que você continua no mesmo lugar, e que aquelas pessoas me farão a companhia extraordinária e insignificante na madrugada, rindo à toa e chorando no sofá. Faz de conta que eu gostaria que você também fosse uma pessoa comum. Mas, me perdoe, não consigo acreditar nisso.

terça-feira, 28 de julho de 2009

114. Selada

"Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu."


Lembrança de amor guardada e selada, agora que passou não sobrou nada.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

113. Exceto

Ao dia 24 de julho, que não me prometia nada.


(Acordei, fui pra aula, tive aula, fui pro trabalho, trabalhei, almocei, peguei o ônibus, bati papo, desci do ônibus, enchi o cartão, andei até o shopping, procurei a gráfica, achei a gráfica, pedi a impressão, joguei uma conversa mole, passeei pelo shopping, procurei o correio, postei uma carta, fui pra passarela, peguei o ônibus, desci noutro shopping, terminei um livro, peguei carona, fui pra casa, comi pão, fui pro karatê, fiz karatê, convidei um colega prum show, fui tomar um chope, tomei um milk-shake, desenhei, saí de lá, vim pra casa, fucei comunidades do orkut, vou tomar banho e dormir)



E nada cumpriu, exceto sua existência.




Mais um dia. Mais um abençoado, maravilhoso, adorável dia. :)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

112. Bem-vinda

Melancolia. Olá, bem-vinda.

Estou ficando seriamente preocupada. Ao mesmo tempo que tenho feito dezenas de amizades, brincando mais, rindo mais, ligando muito menos pros terremotos da vida, minha mente anda vazia. E a mente vazia é o a oficina do demônio.

Não consigo me concentrar em nada. Desenho, trabalho, estudo, leitura. Nada. N a d a.


N a d a.


Melancolia. Olá, bem-vinda. Vá embora, por favor.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

111. Sinais

Sinais existem em todo lugar. Existem, sim.

Atenção.

terça-feira, 7 de julho de 2009

110. Terrível

E você vem dizer que a terrível sou eu?

Meu amor, estar com você é su bli me. Tem pouca gente com quem me sinto assim, mas você foi o primeiro.

109. Gato

"Tchau, gato. 'Noite."

Sou covarde. Deixo pra jogar direito quando o interesse se vai.

domingo, 5 de julho de 2009

108. Poder

Sentem minha falta, quero ir, mas não posso.

Ela está certa, a raiva vai juntando de mim como uma água na pia. Uma hora transborda, e a descontrolada sou eu.

E porque já mil vezes fui tão injusta, não sei oque fazer agora.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

107. Errado

Tem alguma coisa errada.


MUITO errada.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

106. Pedaços

Escrevendo demais pedaços da minha vida. Descobri um modo novo de expressar além do blog. Eles não cessam.

Voltei. Acabou. Ah, acabou, acabou, acabou.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

105. Amigos

Nunca escolhi meus amigos. Se alguém um dia me perguntar por que essas pessoas são meus amigos, a única resposta possível seria um olhar confuso e um "não sei". Pensando bem, não sei mesmo por que deixei essas pessoas entrarem no meu coração; nenhuma delas pediu licença, mas não tenho vontade nenhuma de tirá-las de lá. E não pretendo deixá-las ir.

Os amigos que quis escolher, esses não estão aqui. Esses não se importam tanto assim.

Não é pra se compreender, mas pra ir e ver e rir porque é assim que as coisas são, não como se gostaria que fossem.

104. Vício

É verdade. E quando chegar a hora inevitável do inevitável adeus, gradativo e anestesiado, eu vou sentir falta dele e sorrir. E quando o vir de novo - eventualmente as pessoas de uma mesma geração de reencontram - eu vou sorrir com sinceridade, e estarei sinceramente com saudade, querendo saber o que ele fez da vida, onde esteve, e dizendo que aqueles tempos foram bons, que ele foi uma pessoa da minha história, e que foi legal, muito melhor do que poderia esperar de uma vida tão pequena em meio a tantas outras pequenas vidas neste universo, e que obrigada a nós dois, não somos grandes amigos, mas ainda gosto de você e isso é o que importa.

É verdade. Ele não fez nada de errado, ninguém fez, eu que fiz meu castelo sobre as nuvens e não queria que ele caísse. Acalentar amores que não existem, é um vício e não um poema.

É verdade. Você tem razão. *sorrisos*

quinta-feira, 25 de junho de 2009

103. Pra sempre

Dei um pause, precisava de um tempo. Quando não há o que se dizer é quando mais se precisa, mas aí entra na falta de classificação que meu computador-mente não entende, e eu estremeço de medo.

Não posso falar sem quebrar o encanto, e o encanto não pode acabar, n u n c a; saibam apenas que foi como viver de novo.

E eu amo você. Qual a minha surpresa? Já devíamos saber há muito tempo, e eu sabia há muito tempo, mas precisei ouvir de você pra poder te olhar e aparecer, como quando se percebe que se respira e se presta atenção no ar pela primeira vez. E dizer que eu também, que você não tem ideia, não, você é o único que sabe, e eu sei que você sabe, e você sabe que eu sei e que isso não implica em nada além do recontinuar de nossas vidas e de nenhuma palavra a respeito. Palavras só são úteis em momentos breves para garantir o turning point do espetáculo, no mergulho da solidão ou na transparência do álcool, e depois disso são desnecessárias, incômodas, irritantes, catastróficas.

E eu amo você. E a gente se ama. E estamos aqui, pra sempre. Pra sempre.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

102. Gostosa

E eu digo que ela é gostosa.

terça-feira, 16 de junho de 2009

101. Só (l)

Acho até que gosto de ficar só e triste, confabulando fa´tuos. Não há muito o que esperar além do sol, e o sol é uma jóia que atiro no ralo.

Entendi o porquê do nome do blog. Ando de guarda-chuva porque chovo EU.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

100. Rastros

Olha, 100 posts. Que legal.

Quatro meses já vieram e estão indo. Releio o passado com alguma freqüência e já rio de de algumas coisas; de outras, jamais.

Mas não sinto vontade nenhuma de apagar meus rastros; está bem como está. O que se foi está gravado em pedra, não em bytes, mas no coração.

domingo, 14 de junho de 2009

99. Sonho - II

Sonhei que me apaixonava de novo. Dessa vez foi mais natural. Estava no ponto de ônibus, ele não era nenhum príncipe, e o beijei, meio do nada, na frente de todos, eu acabara de conhecê-lo - ou já o vira antes? Mas não me apaixonei então.

Encontrei um outro homem, também no ônibus. Uns 20 anos mais velho que eu, e me beijava, e eu retornava no melhor estilo Amélie Poulain. Passamos por onde ele trabalhava e comentei que meu pai trablhara lá (é verdade) e ele se deu conta de quem era, e parou de se comunicar comigo. No melhor estilo Amélie Poulain, toquei a vida.

Eu vi o primeiro de novo. Cabelos compridos, castanhos, alto, magro, jaqueta verde. Minha imaginação ao acordar lhe deu traços de um rapaz que conheci - mas não acho que tenha sido ele. Eu vi o primeiro de novo no ponto de ônibus, e ele disse que me vira com o velho. "O que é que tem?" "Você gosta dele?" "Não, mas foi bom." "E comigo?" "Gosta de mim?"

Aí o ônibus chegou, ele guardou lugar pra n´so dois; me beijou de novo e eu já gostava dele. E ele de mim.




(sinceramente gostaria que tudo isso significasse alguma coisa, e não desejos aleatórios fabricados pelo meu cérebro)

terça-feira, 9 de junho de 2009

98. Merda

Hoje eu anuncio que não passo de um monte de merda suja e cagada.

De repente parece que as coisas lindas da vida não são um provilégio. Não há. Eu me o d e i o.

domingo, 7 de junho de 2009

97. Pobre

Adoro me odiar. É por isso que odeio mudar, mesmo sabendo estar errada. Eu não era assim, o que foi que aconteceu? Por que quero andar pra trás, voltar, e sofrer ao ver que não parou, continuou e eu fiquei?

Levemente masoquista, essa vida. Não consigo amá-la nem me amar e neste momento, amar ninguém a ponto de levantar e adormecer por. Que coisa mais pobre, depender de alguém pra amar. O ser humano é nojento - eu sou nojenta.

sábado, 6 de junho de 2009

96. Amava

Olha, eu só estou aqui agora porque gosto de você, entende, gosto mesmo. Não, não quero te namorar, embora há alguns meses eu até gostaria disso, mas mesmo naquela época não sei se aceitaria, e hoje certamente que não, a não ser que você se mostrasse diferente do que vejo, mas naquela época - você se livrou de boa - eu gostaria de um relacionamento qualquer, porque eu era apaixonada por você da forma mais pura e adorável que alguém poderia, como uma criança, mas éramos muito cuidadosos e você muito desatento.

Sim, eu fui apaixonada por você, não sexualmente, não, eu te amava, amava mesmo, e com tanta doçura que ficava feliz somente com seu sorriso, com seu olhar, com sua atenção e o jeito que apertava minha mão, entende, eu te amava como as crianças se amam, quando se amam, e sua presença ali, atrás de mim, fazia meu coração dançar entre minhas costelas feito louco, e seu beijo em minha testa me fazia suportar sua falta até quarta, ou sexta, e os fins de semana eram todo uma espera sofrida pra te ver na segunda-feira. Eu fiquei mais bonita, sabe, comecei a me arrumar, comecei a sorrir e encabular e ficar mais mecânica e me odiar por isso por você, eu amava sua pura existência, seu inspirar e seus suspiros e seu riso.

Mas não amo mais. Sou feita de carne, querido, ilusões não me enchem a barriga. Passei a desejar o que não podia. Almejava seu cheiro, o toque meu no seu cabelo - eu ainda mexo nele - , seu gosto da sua boca na minha, seus dedos brincando com as linhas da minha mão, seu abraço. Não é bem o que não podia, mas você não me queria, você nunca pareceu me querer, entende, eu era sua amiga como todo mundo era, você era o cavaleiro das rosas brancas com todo mundo, eu não era especial de outro jeito pra você, e comecei a achar que você não tinha direito nem vocação de ganhar as chaves nem do portão mais externo do meu coração, e te deixei de lado, com pouca dor e muita consciência.

E você passou a ser mais um pra mim. Porque comecei a achar graça. Comecei a rir de você, a brincar com você, solta, rosnando quase, rindo da sua surpresa, essa é a minha vendetta contra sua tolice de não me desejar. E aí até considerei as opiniões da galera, e te pegar, te empurrar à força contra uma parede qualquer e te encarar com o indubitável ar de "e aí", mas isso não tem graça, não tem propósito, só funciona se houver aproximação mútua, e você não demonstra nenhum interesse, nem um olhar, nada. E sou muito tímida, apesar de parecer que o mundo deve saber de minhas alardes, mas o que você deve saber sobre mim você não sabe, pouca gente sabe.

Estou te dizendo isso porque você não é homem, você é menino. E todas as mulheres, todas as muitas mulheres que te amam como amei sentem o mesmo, você deve ser cuidado porque é raro, é fofo, é engraçadinho. Você é feito pra algo casto e lindo, SE e somente SE se apercebesse do fato. Estou te dizendo isso porque acho sua indecisão irritante e se você pelo menos considerasse que não há como se esconder na casa dos seus pais pra sempre, que é necessário conhecer gente e soltar as rédeas do canalha que existe em você de vez em quando, porque é natural, a gente quer sim ficar com você, te beijar, te tudo isso, quer ver você dizer não pro mundo de vez em quando, e parar de pensar nas consequências, e ir logo e prestar atenção naquela sua coleguinha que, diabos, está vestindo decote e te chamando incansavelmente pra sair por um motivo apenas, por muitos motivos, por um mundo, e que sua falta de ação a faz sentir uma vadiazinha.

E estou te dizendo isso aqui, agora, porque você consegue ser pior que eu era um tempo atrás, você é certo demais e isso não pode ser saudável. Estou dizendo isso agora porque você descuidou de uma dama da noite, conhece dama da noite, é uma flor perfumada e branca que parece uma coroa e que desabrocha ao anoitecer para morrer à aurora, eu tinha o coração aqui na mão pra você mas você nem viu, não é culpa de ninguém, você me magoou um pouco porém, o orgulho ferido ninguém cura, né? Estou dizendo pra você crescer, porque não quero cuidar de você e você acho que não vai gostar de pensar assim, eu quero que cuidem de mim, e você é delicado demais.

Estou te dizendo tudo isso porque ainda te quero, recôndito, tênue, mas quero. O pensamento de você me enlevou e foi lindo, pra mim. Mas agora é pataquada, e quero que você saiba que estou aqui se você me quiser, me ganhe se quiser, mas não vou tentar ganhar você assim ativamente mais.

O pensamento de você me tornou viva. Obrigada.

95. Vividos

Há dias melhor vividos. Sabemos os que são assim porque não conseguimos pensar neles. Nasceram, viveram, existiram - e pronto.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

94. Ver

Aí ele disse: "Sua cara está escorrendo." Aí eu ri e sumiu, por um tempo.



~~



"Devagar, você está indo bem. (...) É tão adiante de si que se esquece do que precisa. Apesar de poder ver quando está errada, sabe que nem sempre consegue ver quando está certa."



~~


.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

93.Tão

Um prendedor de cabelo no chão. Um encontro fortuito com o melhor amigo. Risos sobre um assunto em comum. Uma bochecha esperando um beijo. O ônibus tomou o caminho mais longo, mas uma criança conversava animadamente com uma moça, e seu pai era um bom pai. Um bom kata.

Este blog está virando um livro de momentos. Mas para um dia do qual eu não esperava absolutamente nada, valeu a pena. Vale a pena viver, se as coisas forem tão simples e tão bonitas quanto parecem.

terça-feira, 26 de maio de 2009

92. Jamais

Jamais preveja o futuro baseado em um díspare presente. Este mente com uma frequência admirável.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

91. Mal

Uma escolha errada, tomada por preguiça ou indecisão, arruína muita coisa feita de material frágil.

Passo m a l com minha própria mente. Por isso adoeci.

sábado, 23 de maio de 2009

90. Por ora

É quase vergonhoso dizer que prefiro a anestesia à cura.



Mas é, dá um barato, prefiro. Por ora.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

89. Siga

"Mude, oras. Não precisa ser drástico, só siga."

E perdendo a direção como um cachorro de raça abandonado. O oco dentro de mim reverbera tão alto que não consigo sequer me concentrar nas palavras das pessoas. Não consigo me concentrar nos meus próprios pensamentos, afogados em ondas contra o tórax, contra o abdome, contra os lobos temporais. Aí bato pra elas voltarem, mas isso é patético demais, e durmo.

Eu não quero dormir. Eu não quero chorar. É tão simples, né, e imbecilmente.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

88. Bolsa

"Entrou no elevador.
A um canto, outra mulher segurava firme debaixo do braço uma enorme bolsa de couro lilás.
- Que ousadia, uma bolsa lilás - sorriu ela.
- Acabei de dizer a um homem que o amo - respondeu a outra. - Então entrei numa loja e, de todas, escolhi essa bolsa. Eu precisava sentir nas mãos a minha audácia.
Não sorriu. Agarrou-se náufraga na bolsa."

87. Álbuns

É tipo como andar na corda bamba: tremendo, pronta pra cair de um lado ou de outro, mas andando ainda, morrendo de medo, sacudindo e chorando. Mas, como disse, andando ainda.

São dias cansativos como os álbuns de família. A cegueira só é estranha agora porque quero ver.

terça-feira, 19 de maio de 2009

86. Wish

"The flower said
'I wish I was a tree'
The tree said
'I wish I could be
a different kind of tree'
The cat wished that it was a bee
The turtle wished that it could fly
really high into the sky
Over rooftops and then dive
Deep into the sea

And in the sea there is a fish
A fish that has a secret wish
A wish to be a big cactus
With a pink flower on it
And in the sea there is a fish
And the flower
Would be its offering
Of love to the desert
And the desert
So dry and lonely
That the creatures all
Appreciate the effort

And the rattlesnake said
'I wish i had hands so
I could hug you like a man'
And then the cactus said
'Don't you understand
My skin is covered
With sharp spikes
That'll stab you
Like a thousand knives
A hug would be nice
But hug my flower
With your eyes'

And the flower said
'I wish I was a tree'
The tree said
'I wish I could be...'"



A felicidade nunca está quando se bate na própria porta.

domingo, 17 de maio de 2009

85. Pausa

Uma pausa.

Era uma vez uma ovelhinha negra. As outras ovelhinhas não gostavam dela porque todas eram branquinhas e ela era a única negra. Durante o dia, as águias e lobos sempre conseguiam vê-la e arremetiam contra ela toda hora. Ela tinha sempre muito medo. Só à noite, quando todos dormiam e não havia perigo, ela se escondia sob uma árvore e dormia sozinha, porque ninguém a via na escuridão.

Aí uma vez a noite perguntou, "O que está fazendo aí? Sabia que estava faltando uma nuvem..."

Aí a noite pegou a ovelhinha e botou na lua, e tudo ficou escuro como a noite gostava.

sábado, 16 de maio de 2009

84. Motivações

Motivos sem motivações não valem nada. Motivações, no entanto, valem tudo.

E desde quando ser senhora de si é um defeito? O defeito, sim, é ser frágil, como todo mundo acha fofo. Mas como disse meu brother, "menina bonita só minha filha. Gosto de mulher."

Não é pra gostar. E se não gostar, engula. É assim e pronto, e que essa atitude me acompanhe além das motivações.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

83. Guia

Mais uma vez percebo que sou a líder. Não por querer. Nem quando quero deixar que o mundo se exploda consigo deixar de ser o cão-guia.

Olhem. Temam minha fúria engarrafada, tão fria que queima ao toque. Confundam-se com os movimentos tranquilos das minhas mãos. E se querem que eu vá na frente, eu vou, quer vocês venham quer não.

82. Adjetivos

Poucos adjetivos são capazes de te definir. Entre eles, hipócrita, metido e asqueroso

Quero que você morra e que eu possa assistir sua tortura lenta e agonizante no inferno.

terça-feira, 12 de maio de 2009

81. Do céu

Tá escrito na minha testa, e sublinhado na minha voz. Ninguém deixou de perceber e ao mesmo tempo perco o controle cada vez que alguém quer saber se estou bem.

E cadê a chuva? É a única coisa que vai cair do céu pra mim.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

80. Fútil

E ainda assim, nem a mais fútil das alegrias. A culpa é minha, não do mundo. Mas ainda assim, nem a mais fútil das alegrias.

O único caminho está desaparecendo, e aí eu sento e choro.

79.

domingo, 10 de maio de 2009

78. Sonho

Me queria, não me queria? Acho que sonhei com isso.

~~~~~~~~~~

Me lembrei de uma vez em que me apaixonei em sonho. Ele era loiro, alto e gentil. Estava atrás de um balcão e meu coração perdeu o ritmo quando eu o vi.

O susto me acordou de leve, e quando voltei a dormir não era mais ele, mas um amigo. Pasma, eu o empurrava e escalava (faço isso mesmo) em busca do rapaz, perguntando em desespero onde ele fora, mas nada.

Mas na mesma noite eu o vi. No pátio da Belas-Artes, o sol se punha anunciando tempestade - tudo era amarelo e roxo, e hava uma casa onde fica na verdade o ateliê do aluno. Eu estava sentada no pátio, conversando, e ele veio e começou a falar conosco. Engasguei nas palvras, mas ele sorriu e me estendeu a mão, para conhecer sua casa. Eu corava violentamente e tremia, lembro de que tremia muito.

A casa era grandinha, cheia de degraus e um mezanino - poderia desenhá-la mesmo agora - onde ele cuidava de algumas crianças órfãs junto de uma amiga. Minha mente dizia que ele tinha 23 anos, e eu me acanhava muito ao ver alguém tão altruísta. E sentia inveja da amiga querida dele que era muito quieta, o que eu interpretei como hostilidade.

(como posso me lembrar de tantos detalhes? Como sinto o olhar dele sobre mim? Já faz mais de um ano que esse sonho me assombrou - e me lembro como se fosse ontem)

A tempestade chagava. Ele subiu numa escada de madeira, frágil, para arrumar umas telhas antes que começesse a chover, e eu e a garota ficamos segurando-a. Ela me olhou com atenção antes de abrir a boca.

- Você o ama, né?

Eu corei e tropecei na garganta.

- Então vai.

Sorri pelo encorajamento, eu a havia julgado mal. E me pus a subir a escada. Ele estava descendo, sorriu confuso e segurou a minha mão.

- O que foi?



Acordei.


~~~~

Esta noite alguém de quem gostei me queria. Timidamente, me queria. Mas creio que estivesse semi-acordada.

Não estava apaixonada.



Mas o outro me amava, não amava? Espero que seja verdade.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

77. Oculto

Pensando melhor, deixa a primeira parte do post anterior pra trás. Deixa o adolescente vir e escrever e nos tornarmo homogêneos - todo mundo quer aparecer. Este blog, mesmo, só existe porque desejo que os anônimos e uns poucos conhecidos sabiam uma parte do lado oculto. Engraçado que todo mundo agora se tocou que tem um lado oculto.

Me abraço à noite tentando afastar os pensamentos de que sim, estou sozinha, não, não estou feliz com isso e é, vou continuar fingindo que sou poderosa. É assim, você é o único que ficará sabendo. Feliz?

quarta-feira, 6 de maio de 2009

76. Rosnar

Houve um tempo em que escrever era função de uns poucos e bons. Rabiscos nos diários ou em papéis soltos - como com mocinhas e rapazes adolescentes - transformando-se em coisas públicas, lidas e ainda elogiadas era raro, limitado apenas a relatos de guerras ou historinhas ficcionais.

Agora todo mundo pode escrever e ser lido, e lendo uns aos outros se inspiram, e se copiam, e no fim ficamos todos indies e iguais e cheios de frases teoricamente bonitas, mas gastas. E perde toda a graça do que era raro, do que os escritores de verdade fazem sem notar: poesia sem querer.

Não posso descrever sem exagerar e me colocar em uma posição muito superior que a que devo quando digo que hoje o dia estava ventando aqui dentro, como um Wendigo. Meus lábios sorriem mas o pulmão está duro. Quero evitar as palavras e ainda assim vomitá-las sem paixão, colérica no sentido mais cruel da palavra. Uma por uma, e calar, deixando os olhos confirmarem que é verdade.

Rosno internamente. Minhas mãos estão frias. Quero te roubar um beijo e partir, mas nada.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

75. Claire de Lune

Gorda, gorda, gorda.

E não consigo ouvir Debussy.



Chega. Chegou a hora de crescer. Para um lado, pelo menos.

sábado, 2 de maio de 2009

74. Três contra um

E é só sobre o silêncio que falo. E só sobre o prazer inócuo de andar com três pessoas, quando andar só com uma é tão mais sincero.

E só sobre a doçura do vento e o caminho para o aeroporto, correndo, correndo.

E só.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

73. Fácil

Estou tão inchada de amor que dói. Rio baixo e reviro os olhos, gemendo por antecipação.

Sorriso largo e olhos de raposa, pois é. Normalmente não sou tão fácil assim. Mas fazer o quê, azar de quem não quis, eu tô aqui.

72. Verdade

Strangely enough, I feel I want to say something I can't name.




Eu te amo. Isso é verdade, mesmo que não seja fato.

71. Luas

"Que luas são essas
sob a tua blusa?

Quem mais te viu
poeta e musa?"


~~~~


Pois é assim, querido, assim que as coisas andam. Estou com um sono de matar mas não lavei o cabelo de manhã, então eles ainda estão cacheados, cacheados. Ainda sorrindo por ontem, ainda sonhando, talvez, ainda com os hormônios em alta.

Período fértil, te faz mais feliz e mais grudenta.

Nessa época, tudo parece que vai dar certo. E não, querido? Basta uma oportunidade.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

70. Ideia

Eu ia escrever hoje umas coisas de Clarice Lispector, mas depois de ir ao último dia do Workshop Realidade Sintética mudei de ideia.




LEEROY JEEEENKIIIINS!!!




(Thanks so much for the idea and the shout, Paladino.)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

69. Clássicos

Estou voltando aos clássicos.


Tipo, Clarice Lispector, Machado de Assis, Mozart, Tchaikovsky e Walt Whitman.


O quê? Achou que eu ia falar Pink Floyd e Queen?


Pois é, quando baixar esses também vão.




"Whoever you are, I fear you are walking the walks of
dreams,
I fear these supposed realities are to melt from under your
feet and hands,
Even now your features, joys, speech, house, trade, manners,
troubles, follies, costume, crimes, dissipate away from you,
Your true soul and body appear before me,
They stand forth out of affairs, out of commerce, shops,
work, farms, clothes, the house, buying, selling, eating,
drinking, suffering, dying."



Né? And yet you came.

68. Cinema

"O mais importante de todos os sentimentos revolucionários é o amor."
"Amor?"
"Sim, o amor. Amor pela justiça, pela verdade."








...









"Eles são grande mais nóis é ruim!!"










Grandes frases do cinema.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

67. Ando de...?

Comprei um guarda-chuva preto no camelô ali na passarela do Correio da Bahia. Dérreáus e fabricação chinesa, enorme, desengonçado e todo descosturando nas pontinhas.

Adorei. Vou começar a andar com ele por aí. Tenho de fazer just ao nome do blog, oras; acha mesmo que vou dar bandeira com minha sombrinha de joaninha por aí? Muita gente invejosa, muita gente invejosa.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

66. Chuva

Hoje choveu o dia inteiro. Mesmo: o dia INTEIRO. Nos últimos dias também, mas eu estava dentro de casa, então tanto faz. Hoje eu estava na rua.

Dias de chuva são meio frios e bastante úmidos, cheiro de fungo e de musgo e lixo e cachorro molhado por todo lado. Eu gosto.

O melhor é de andar de ônibus. Sentar na janela (ninguém quer), abri-la (ninguém quer mesmo) e pegar vento e água bem na cara. Daí, como o trânsito fica lento, encostar a cabeça no vidro e fechar os olhos, as mãos viradas contra o peito, ninando. Fria de rosto, morna de coração.

E ela adormeceu acalentada pelo vento, e viveram felizes para sempre, querido. Fim.





PS: Esqueci a sombrinha. Não que fizesse qualquer diferença.

65. Fruto

Só precisamos morder um pouco do fruto azedo e roxo que é a paixão e pronto: desmilingüe toda. Tudo fica certo mesmo totalmente equivocado, em todos os sentidos possíveis e imagináveis.

Quando passa, fica um gosto amargo e sério e triste e sóbrio. Nada está errado, nunca está errado, errado foi você.

E depois fica um travinho na garganta que te lembra daquilo sem rancor. Distraidamente. Quer prazer maior que o gozo depois do gozo?

segunda-feira, 20 de abril de 2009

64. Droga

Tem tanto tempo que aqui não tem nada, né? É porque tem muito tempo em que não acontece nada. Não estou mais amando e isso tira a saturação da vida. Que nem uma droga.

Ando arredia, querido, meus pais acho que não me suportam; mas é porque sou mimada e feliz e isso me deixa muito mais triste do que poderia imaginar. Como posso me comparar aos meus amigos, que tiveram privações e por isso vêem tudo com um constraste? Que são muito mais matreiros por passarem por boas? Como, querido, vou andar pelo mundo sem tremer de medo?

Por isso nós, os bem-nascidos, os abençoados, nós precisamos de drogas. Mas agora, agora, nada nem ninguém me atraem, e o riso me abandona e a casa me oprime como a um cão bem alimentado e preso.

Que nem uma droga, né? Deixa a gente preso e acomodado, e vou sair de casa só pra casar? E casar com quem? Porque não acredito no amor, assim como desconfio da amizade.

E isso é uma droga.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

63. Recusa

Então vim cheia de esperança, quando sabia que ou vai ou racha, e provavelmente vai rachar. Minha vontade é jogar um "Perdeu, querido, a fila anda", mas não tem nem fila e, sério, é chato abrir mão quando a recusa é não-dita.

Então vim muito bonita, mas acho que meu orgulho não vai mais permitir isso. Vou me vestir bem porque gosto, não por ninguém, ora essa. E não é que é bom?

sábado, 11 de abril de 2009

62. Obrigada

Sexta-feira Santa e tudo o que preciso dizer é que foi maravilhoso passá-la com você.

Obrigada pelo almoço, pelo filme e pelo sorvete. Obrigada pela companhia.

Obrigada por tudo, pai. Te amo demais.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

61. Conselho...

...Que veio.


"A senhorita Amélie Poulain tem todo o direito de estragar a própria vida"


Né? E no entanto ela não estragou, embora tenha sido quase.


E eu não quero estragar tudo por medo de estragar tudo. Não tem muito jeito, se quiser que meu coração continue a bater. Do contrário ele vira de vidro, né, e quebra.

60. Mãos

Além de uma pequena aventura envolvendo um ônibus errado e uma viagem pelo Saboeiro (conhecendo Salvador, u-hu!), nada de novo. Porém percebo que estou chegando em uma encruzilhada.

Está doendo. Está doendo. Já não me basto, já não me confio, e meu retraimento ainda vai me levar para o fundo do mar, onde ninguém vai me encontrar de novo, a não ser que procure. Ou seja, nunca mais.

Olho para as minhas mãos feito uma boba. Não sei mexer com elas. Só encolhê-las contra o peito, protegendo-me da dor e do carinho, criança pedindo tapinhas na cabeça e um Não chores, vou cuidar de você. O caso é, quem me tiraria de onde não sei me tirar?

O que vai acontecer eu te digo: o que sinto vai esmaecer, se protegendo do choque. E tudo vai voltar ao normal. Infelizmente.

Tenho medo da ousadia. Gostaria de um conselho.


Não vou tê-lo.

terça-feira, 7 de abril de 2009

59. Sete de abril

Ao dia sete de abril, que me reservou uma pequena surpresa.


Pedro
Cada vez mais tio!

= Branca = diz:
Por quê?

Pedro diz:
pq minha sobrinha nasceu
\o/
a segunda da minha irmã mais velha


Engraçado que hoje eu acordei e pensei, "Sete de abril é uma data linda". Tá bom que logo depois lembrei que era o nome de um ônibus, mas enfim.

Helena significa "tocha". Foi a única luz neste dia tão plano, tão reto, tão previsível.

"Nunca diga que o dia foi bom antes do pôr-do-sol"

Ou nunca diga que o dia foi ruim antes de dormir.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

58. Anticlímax

Hoje foi como estar diante de uma arma e apertarem o gatilho e ela travar.

Altamente anticlimático.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

57. Head over heels

"I wanted to be with you alone
And talk about the weather
But traditions I can trace against the child in your face
Won't escape my attention
You keep your distance with a system of touch
And gentle persuasion
I'm lost in admiration could I need you this much
Oh, you're wasting my time
You're just wasting time"

Eu também.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

56. Você, você

Não sou farta. Falta nutriente em mim e por isso como pouco e ando pálida. Não posso me dividir com qualquer um.

Por isso, entenda você que esquivas geralmente não são charme, porque não o são. O charme é deixar um pezinho pra fora da cortina, e eu me escondo de você. Não venha.




E você, não se mova. Você sabe, e eu sei também, que há algo entre nós dois que por enquanto é indizível, inatingível e inominável. No futuro, todos os momentos foram errados; mas o silêncio é irrefutável o suficiente por ora.




E você, por fim, é a besteira mais adorável da minha vida até agora. De doce enjôo fácil; mas o momentum do amor é a única forma de se aceitar vivo, irremediavelmente.

55. Cálido

Hoje ele estava meio aborrecido. Pouquíssimos momentos a sós, e a distância das mãos indica a distância das almas.

Mas me deu um beijo no topo da cabeça e outro na mão quando fui embora, perguntando "Você já vai" em um tom meio surpreso meio queixoso. A burra aqui nem soube o que fazer. Mas é cálido, sim, e o disparate piora cada vez mais, marcado em meu sorriso.

54. Clarice

Claro. Clarice. Como pude me esquecer?

Conhecia sua poção, só não me lembrava de onde. Agora a tenho, e encontrei o caminho.

terça-feira, 31 de março de 2009

53. Cachorro

Se eu ando com os meninos, eles são engraçados, mas são uns brutos e bobos, e insensíveis. As meninas sabem conversar melhor.

Se eu ando com as meninas, eu as entendo completamente, mas é só juntar mais de duas que recai nos mesmos assuntos de sempre. Os meninos são mais generosos.

Já mencionei que tenho dificuldade em me integrar em grupos, mesmo que goste de bater papo. Mas geralmente sinto que tudo o que falo é besteira: com as meninas ninguém está ouvindo; estão todas só esperando sua vez de falar. Com os meninos, você fala e se sente um alien, porque é muito facilmente ignorada.

Claro, estou generalizando. Uma pessoa diferente em um grupo já muda tudo. Mas sim, a regra é ficar sentada ouvindo e prestando atenção, indo atrás dos outros. É algo do qual não consigo me livrar, essa maldita insegurança na hora de me expor. Me criticam, na hora eu rio, mas, estou sumindo por dentro.

Que nem um cachorro. Eu deveria ter nascido cachorro. Menos problemas, mais afagos, e toda companhia é agradável.

segunda-feira, 30 de março de 2009

52. Bonita

Então é assim? Tenho que chegar chegando?
Então vamos chegar chegando.
Tipo, do MEU jeito.

~~

Em casa, diante do espelho do quarto, como eu estava bonita.

Como estou bonita.

domingo, 29 de março de 2009

51. Desgraça

Que fique registrado que dia 29 de março de 2009 foi uma desgraça e eu não quero falar sobre ele.

Este post termina aqui.

sábado, 28 de março de 2009

50. Importa?

Apaguei o post 50 duas vezes hoje: a primeira porque era explícita demais, e a segunda porque era desnecessário dizer que a primeira era explícita demais.

Mas preciso dizer que estou sentindo sua falta, tanto! Estou aqui desesperadamente terminando meus trabalhos pra ter a possibilidade de talvez te ver amanhã (olha só o nível) porque sinto saudade da sua presença. Estou inquieta; queria te ver, só a sua imagem diante de mim, só isso já é um enorme alívio.

Tudo isso é meio desordenado, mas nem penso sobre ordem. De que adianta?, o essencial é invisível aos olhos. Nem sei se é o coração que guia, porque eu inteira sinto saudades.

E o foda é que não posso nem te contar. Nem posso anunciar ao mundo que estou amando alguém, e que esse alguém é você. Se eu contar sem seu retorno a palavra faz tudo perder o encanto. Não tem graça ver aquele sorrisinho besta na boca dos outros quando é notável que se está apaixonada; é uma violação, já te digo.

Quero mais é te ver amanhã e continuar aquela conversa que não terminamos ontem. Quero enrubescer e te fazer enrubescer com gracinhas, e quem sabe você já não está percebendo? Quem sabe você não me queira, ou me queira? E isso importa?

sexta-feira, 27 de março de 2009

49. Bom senso

Em retrospecto, acho que minha tolice transpõe os limites do bom senso. Eu meço tempestades, impeço turbilhões e ando na rua sem alma, perdida em fantasias bestas, sempre ao seu lado. Adiantou ser senhora do mundo? Não; o mundo não pára pra se curvar.

Mesmo assim, comedida e cautelosa, manejo meus sentimentos para não cair de mau jeito nem ferir a gente. Você é um bobo, um inocente, um príncipe; como várias outras antes de mim, tento chamar sua atenção. Não sei se vale a pena. É um desafio, uma diversão, um pé-ante-pé frustrante e lento, valsa para mancos. O jogo me faz sorrir, mas o que há por trás do jogo? E eu sei?

Você merece mais que um desejo. Mas, sim, ofereço mais que um desejo. Aceitar é decisão sua.

48. Gosto

Tantas coisas que eu podia ter feito e não fiz por timidez! A oportunidade era perfeita - mas sinto que não pode ser algo leviano, assim como jogar uma bolinha de borracha da sacada pra ver se quica de volta. Com certas pessoas teria sido fácil. Com você, é preciso ritos.

Se eu não conseguir avançar até a meta - temporária, admito, pois não há limites à afeição - que estipulei a seu respeito, vou te olhar nos olhos (igual você faz) e ser sincera: claro que vou ficar triste. Mas isso não vai me fazer gostar menos de você, pelo contrário; porque de jeito nenhum vou deixar de gostar de todas as pequeninas coisas adoráveis que você faz, e que te tornam tão estranhamente diferente. Vou continuar gostando, e te tratar da mesma maneira, se você não me quiser desse jeito. Só vou ficar um pouco mais triste, e um pouco mais livre.



(Combinamos em muita coisa. Gosto da sua atenção. Gosto dos seus olhos e gosto... de você!)

47. Ritos

" (...) - A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a Raposa. - Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer?- perguntou o Pequeno Príncipe.
- É preciso ser paciente - respondeu a Raposa - Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás um pouco mais perto...

No dia seguinte o Príncipe voltou.
- Teria sido melhor se voltasses à mesma hora - disse a raposa. - Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então,estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso ritos.
- Que são ritos? - perguntou o Principezinho
- É uma coisa muito esquecida também - disse a Raposa - É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. (...)"

quarta-feira, 25 de março de 2009

46. Verde

Hoje foi um dia feliz e verde. Vestido verde, canções alegres, sorrisos e um passarinho verde.

Não vou falar mais nada porque palavras destruiriam tudo em vez de incrementar minha alegria.

terça-feira, 24 de março de 2009

45. A corte

E é assim, vendo a corte passar sem sequer menear a cabeça, que percebo o quão pouco tenho sido para ser como as minhas companhias. Bebendo demais, xingando demais, rindo demais quando meu coração é de ametista. É pouco para eles; mas é demais para mim.

Quando fico introspectiva não raro começo a me sentir doente. Fome sem apetite, sono descabido e muita vontade de desenhar. Diminuem as frases e aumentam os voos. Há horas para se viver e horas para se refletir, e estou sentindo saudades do meu eu que chuviscava; é bom deixá-lo vir e andar com ele, vezemquando.

segunda-feira, 23 de março de 2009

44. Balanço geral

Sinto vergonha de dizer o quão desavergonhadamente feliz tenho me sentido nos últimos meses, no balanço geral. Por isso vamos falar de coisas monótonas, só pra deixar a coisa mais pé-no-chão. Vamos falar do trabalho, do dinheiro, no meu distanciamento da família, da faculdade péssima, da minha falta de tesão pra desenhar, do meu medo das relações frágeis, da séria crise de abstinência de vida que procuro suprir desesperadamente, tudo ao mesmo tempo agora.

Mas sei lá. O mundo não mudou nos últimos 5 meses. A adolescência chegou e a qualquer momento irá embora, ainda que provavelmente vá deixar sua mordida no meu pescoço pra sempre. Vamos falar de tristezas e voltar a ser um pouco o que eu era. Ou seja, muito digna, e ao mesmo tempo absurdamente patética.

domingo, 22 de março de 2009

43. Palavra

"Ultimamente é exatamente isso o que ando tentando fazer. Viver. Se não fosse, eu nem teria ido pro R."

"Achei lindo você ter ido."

"Lindo?"

"Sim. Essa é a palavra."





Linda é tu, tatu!

É curioso como você consegue me ver como uma flor. Quantas pessoas o fazem? Apenas aquelas que são minhas amigas de fato.

Quem sabe eu não seja?

42. Desejo e Reparação

Porque me arrependo de ter perdido sua amizade.


Lavei minha alma. Hora de recolher.

sábado, 21 de março de 2009

41. Aviso

Eu deveria estar fazendo o trabalho de Física.

Essa porcaria aqui é altamente viciante. Por que eu não uso um caderno ou coisa assim? Por milhares de anos as mocinhas usavam caderninhos como diários.

Só queria dar um recado a todos os conhecidos que porventura tenham esbarrado neste blog, sem que eu os tenha apresentado: caiam fora. Isto aqui não é da sua conta, é minha. E eu sei que, se você leu, amigo, você sabe de quem é Aquela.

Por respeito à minha pessoa, se você não foi convidado, não leia. E se você tiver tão pouca integridade assim e ignorar esse aviso, pelo menos cale-se a respeito disto aqui, tanto comigo quanto com qualquer pessoa. Isto é feio, é uma dissecção dos meus dias, não é alegre nem querido. Não é para ser lido até que eu seja capaz de vê-lo como um passado.

Espero que nunca aconteça.


E se você não me conhece, podes crer que tampouco é bem-vindo. Mas pelo menos não vai me difamar.





PS: "Cartas, Canções e Palavras". "Clube da Esquina 2". "Francisco". "7 Desejos". "O Melhor de Milton Nascimento".

Sério, esse som vai quebrar de novo de tanto uso.

sexta-feira, 20 de março de 2009

40. LPs

Só mais uma nota sobre 20 de março (data estranha, essa) : nosso aparelho de som está consertado.

Esse bicho tem uns 15 anos já. Toca CD, cassete e LP. E essa última função não estava funcionando direito há anos.

Some isso ao nosso recém-adquirido estofado para o jogo de sala (clapclapclapclap) e o que temos: Já ouvi o "Mais" de Marisa Monte, "Clube da Esquina" de Milton e agora está tocando "7 Desejos" de Alceu Valença. Isso que estou só em casa, nua, fresca de banho e pronta pra me resfastelar na poltrona nova.


Pure. Love.

39. Não se afobe não

É impressionante a velocidade com a qual o meu coração está pulando de pessoa pra pessoa ultimamente. Isso é muito saudável.


Tem um em especial já foi o meu único foco, mas demorou demais - agora estou só estudando. A verdade é que ele uma pessoa boa demais - e creio, ingênuo demais. Tirando essa possibilidade sobram outras três, retiradas das minhas observações:

  1. Ele precisa trocar os óculos, porque é cego;
  2. Ele é retardado; ou
  3. Ele não está a fim.

Prefiro acreditar na que não está nos tópicos. Então vou continuar indo devagarinho, um jogo de paciência, pra ver se ele se toca algum dia.





(Na verdade, o que eu queria mesmo era empurrá-lo contra um muro qualquer no campus e beijá-lo loucamente. Seria ótimo, mas certamente não muito galante :] )

38. A última frase é de Dinah

"Elephant Gun" é uma música para namoros. Pronto, acabou-se.

Eu me derreto ao ouvi-la, sempre. Principamente com uma criatura tão linda - ele é lindo, gente - aqui atrás de mim.


---


Hoje, na aula de Física, falei sobre a futilidade da minha época. Parecida com antes das Revoluções Francesa e Gloriosa, e antes da 1ª Guerra Mundial. Bebida, libertinagem, crises existenciais, arte leviana, poesia mesquinha, o Mal do Século. Não há nada de glamuroso no Rococó e nem no Romantismo. Há nas Patricinhas e nos Emos? Então.

A História é como o mar: sempre o mesmo, independente de quão diferentes sejam as ondas. E calmaria anuncia a tempestade. Essas eras de marasmo e egoísmo vão se acumulando feito um vagalhão, para depois quebrar na areia numa explosão. Essa é a nossa época - alguma coisa está acontecendo, tem de estar. Um dia, a tragédia anunciada fará um estrondo - e será uma surpresa, pois não estávamos atentos.

Meus contemporâneos não têm sonhos. Têm desejos e ambições. Mas não sabem sonhar, eles enferrujaram essa capacidade para dar lugar à fantasia. Meus contemporâneos não sentem mais tesão com nada, pois tudo para eles é um brinquedo - você usa, brinca, quebra e você deixa pra lá. Essa juventude compra identidades em forma de camisetas de marca, como a nobreza francesa comprava em forma de rouge e perucas. Nada tem valor, exceto seu próprio ego, seus próprios caminhos. Entreter-se, essa é a palavra: as coisas devem ser divertidas, antes de necessárias.

Isso não está errado, mas é incorreto. Particularmente quero minha vida divertida, mas meu objetivo na vida é torná-la mais bela através do meu talento - que não é extrordinário, mas é o que posso fazer por ela. Eu poderia ser uma boa médica, uma boa advogada, uma boa jornalista, uma boa militar, uma boa veterinária - mas eu jamais pensei em seguir qualquer uma dessas carreiras porque, de fato, eu NÃO poderia. Nasci pra ser instrumento, não nasci pra mim. De quem e para quem, não sei. Mas o sou, isso é o importante.

Não, não nasci pra viver pra mim. Tolos são os que o fazem. Vivam suas vidas mesquinhas e sumam, jovens. E preparemos-nos, que o tsunami vem aí, e quem souber ler os sinais verá o Apocalipse de seu tempo.

"Viemos, sentamos e bebemos."

quinta-feira, 19 de março de 2009

37. Agradável

Senti sua falta hoje. Sua presença, sozinha, me é agradável. Você me é agradável.

É assim como um gato, um vendaval encanado, uma comédia romântica ou um beijo de amizade. Gosto que você esteja por perto, P... .

É como ouvir música no chão do quarto às duas da tarde, com as mãos se roçando e contando olhos da madeira do teto. Fresco como os 13 anos, é como você é.

36. Mistérios

As pessoas mudam quando estão sozinhas. Elas mostram uma parte de si que a gente não vê com um grupo.

Rio alto e falo muita besteira entre amigos, mas quando acordo com um pouco de tenência eu calo. Não sou engraçada, não sou bonita, não sou assim tão interessante, então não sei o que falar - observo. Parece que nem estou ali.

A dois, no entanto, sou capaz de falar sobre coisas bonitas e silenciosas e travar um diálogo sincero se a pessoa souber conversar. Esses são os amigos, acredito: os que têm a capacidade de falar sobre os mistérios que só você vê, no seu espelho interior (fica na altura do peito). São pessoas que você não vai esquecer, de quem você sente uma saudade incontrolável quando acorda à noite e quer dizer alguma coisa, qualquer coisa, antes que suas costelas explodam.

E aí você não diz nada, não suspira, nem chora: volta a dormir e engole a bomba, para tornar-se um pouco mais amargo na manhã seguinte.

O que você vê quando caem as carapuças?











(Preciso de um abraço)

quarta-feira, 18 de março de 2009

35. Lindo

Em 18 de março de 2009 aprendi que não existe gostar em diferentes níveis, existe gostar.

Também aprendi que seria bom o suficiente se eu tivesse um pedaço de céu seu, você que é tão bonito. Você quer o meu?


"Vocês formam um casal tão lindo..."

"Bem, tô esperando ele pedir!"

terça-feira, 17 de março de 2009

34. Obviedades

"...e é como ..........., que fica rodando e blá blá blá"

" ! Mas é ......... !!"

" ! Cala a porra dessa boca, sua louca sua retard..."



Definitivamente, preciso aprender a ser menos óbvia. Isso já me encrencou mais de uma vez, e ainda vai me encrencar mais ainda.

Ultimamente as conversas, visões e acontecimentos têm cruzado minha vista sob um olhar atento, mas sem fazer sentido. É como estar em um país estrangeiro, sem nenhuma referência de língua, comida ou costumes, no meio de uma avenida cheia de camelos e gritos. A única diferença da minha analogia com o sentimento é que em um país estrangeiro você até que consegue entender um pouco com lógica - isto aqui não tem lógica.

Conversar com vocês me deu certas dimensões que eu ainda não compreendo. Minha mente é como um computador: vê, sente, mas precisa analisar, classificar, desmembrar. Algo tão concreto assim é difícil demais para encarar de maneira "correta".

Ela disse que era um terreno perigoso. Eu disse que sabia disso, e que o problema não era sentir, era saber que ia ficar por aí mesmo. Ela não falou nada, mas entendeu muito mais.

Ele disse que não é uma questão de ficar, ser amigo, namorar ou o que o valha. É questão de conhecer alguém melhor, se travar um relacionamento de amizade, que engloba qualquer coisa que venha a rolar, sem limites nem expectativas. É um conceito estranho e confortável, e bom, mas frágil - se você cansa, se discordar, tudo vira pó, igual a um pano comido por traças. Ele disse que enjoa fácil das pessoas, que um dia vai parar de falar comigo. Eu não falei nada, mas prefiro não dar nomes ao destino.

E hoje tinha uma galera, capitaneada por S..., falando putaria na porta do prédio. Todo mundo agarra todo mundo. Isso é natural?



"Claro que está. Ele não é de repetir prato"

Ah.

Mas ele pegou D... de novo. Ela é gente boa demais. Mas hnf.

Preciso sair pra dançar de novo. Desestressa.

segunda-feira, 16 de março de 2009

33. Passar

Dia que nem senti passar. Esperando conversar no fim.

Que merda!

32. Sorvo

Sorvo o que tenho em goles sôfregos demais. Mesmo que seja encoleirado. Mesmo que seja unilateral. Mesmo que seja quase falso.

Eu o vejo e sei que simplesmente o quero. As coisas são simples e ele está certo. Ele não precisa, mesmo. Agora eu sei.

Pelo menos agora eu sei.

domingo, 15 de março de 2009

31. Desrespeito

"Eu não preciso"

Na hora não me zanguei, porque estava serena com um dia diferente - andando pelo Comércio, passeando meio a esmo antes do anoitecer. Mas essa foi uma das coisas mais pejorativas que já ouvi. Não foi intencional, ressalto; mas não deixa de ser um desrespeito.

Definitivamente, não caibo na idéia de "entre amigos tudo pode rolar". Poder pode. Mas tenham respeito, meninos. Pelo amor de Deus. Ou vou ter de ensinar isso a vocês.

30. Touché.

"Você ainda vê as pessoas como idéias, não como pessoas, e com expectativa. Você não fez isso só porque estava sozinha, queria ter romances e toques?"

Touché. Como você está certo.

Poderia passar por ele e ele ser mais um na multidão. Mas eu quis sentir.

Mas será que você entende que, se eu não quiser, o sentimento não acontece pra mim?

Frieza? Oh, sim. Provavelmente causada por uma bruta inexperiência. O que posso fazer? Tive pressa, pago o preço.

Mais um motivo para retificar minha decisão anterior.



PS: e NÃO, juro que não tive a intenção de te magoar. Eu frequentemente esqueço que certas coisas claras pra mim podem ser mal-compreendidas pelos outros. Me perdoe. Saiba que você vale tanto quanto alguns, e muito mais do que a mairoia, pra mim.

sábado, 14 de março de 2009

29. Certo como a morte

Aí ela disse "e também ......... não vai porque às 4 tem cinema com uma menina."

Aí eu disse "Ah!? Hahaha, sacana! Achei seriamente que fosse algo importante!"




Chega. Vou pôr um fim nisso. Desde o início sabia que não ia dar certo, mas o coração tem fome e a gente alimenta ele com desejos. Tolice, sim, mas não posso me culpar por não ter sido cautelosa. Sempre pus obstáculos à paixão para que ela não me metesse os pés pelas mãos; já friamente estou triste, imagine amando.

Daqui por diante, está certo como a morte: se não tenho chance de tê-lo de todo, não vou brincar comigo mesma fingindo que está tudo bem.

Sim, ainda somos amigos.

Não, nunca mais seremos mais do que isso.

Fim de papo.



Ps: Metade dos meus planos não deram certo hoje. "Nunca diga que o dia foi bom antes do pôr-do-sol". Mas foi um bom dia, mesmo assim. Só preciso aprender a não ter tanta expectativa.

28. Rudeza

Todas as palavras são rudes simplesmente por o serem. Proferi-las é como matar um pássaro, derruba toda a poesia da hora.

Como se as horas tivessem poesia. Colocamos sentido nas coisas, mas só a vivemos quando elas simplesmente existem.

Terceiro post de hoje, né? Estou morrendo de calor, mas inspirada.

27.

Lendo o blog da Talita.

Como alguém consegue derramar tanto ser em tipos do computador? Como consegue reportar-se à existência do mundo quando o que aconteceu foi algo banal, talvez bruto ou singelo como é a rotina, como todos os dias acontece com todas as pessoas?

Tento não encher essa mulher de elogios porque não sei como ela se comporta por dentro, mas por fora seu brilho me cansa. Longe do holofotes e sob as estrelas, porém, o silêncio diz tudo.

Já me disse muito e não consegui ouvir, mastigando inveja e consumindo o próprio egoísmo no jantar. Ser jovem não é desculpa pra ninguém, mas é obrigação de dar uma chance a um coração arrependido.

Sim, eu a admiro. Muito. Sempre.

Vou imprimir e levar comigo, um dia.

26. Guarda-chuva

Não uso guarda-chuva.

São grandes, pesados e incômodos. Você usa, ficam encharcados, não pode-se guardá-los de volta na bolsa e ainda não evitam que você molhe seus pés.

Meu guarda-chuva - sombrinha - permanece guardado dentro da minha mochila, comportado, enrolado em si como se dormisse. Em pequena, amava usar guarda-chuva. Hoje o alcanço, hesitante, e o abro como se estivesse amarrando a venda em um condenado.

A condenada sou eu.

Ainda guardo meu guarda-chuva no armário e lá ele fenecerá, vermelho como a alma. E eu, como a alma, não terei mais medo de nada.

sexta-feira, 13 de março de 2009

25. Rejuvenation (a parte 2)

Coraline saiu de cartaz, H... furou, eles vão ver filme, jogar e beber na casa de G..., Etiene está doente e o dia foi gente conversando do meu lado enquanto eu trabalhava num computador estranho e a cabeça zumbindo de sono.

E eu aqui.

Um porre.





Acabei de voltar do karatê.

Meus golpes tiveram força e finalização. Meu morochi-uke / kyatsuki está mais que perfeito, todo perfeito.

Estou sorrindo de orelha a orelha. Nem parece que estava dormindo pelos cantos antes de entrar no dojo.

Exercício físico tem que ser como uma droga: bom ou ruim, você não pode ficar sem ele. E olha que não gosto de me mexer.

Eles estão lá, e eu aqui.

E daí?

24. A Open House de G... vai ser hoje... (a parte 1)

...e eu aqui.

Ficar sozinha em casa quando três grupos de amigos estão se divertindo em três lugares diferentes é muito chato. Especialmente quando você quer mais é se integrar com eles.

Morar longe, ser dependente é muito chato. Vamos ver o que posso fazer pra contornar isso.

No momento, tenho raiva por não morar no Campo Grande também, ou pelo menos ter alguma intimidade com eles pra queixar dormir lá. Ou pelo menos poder passar em casa pra pegar umas roupas e ir.

quinta-feira, 12 de março de 2009

23. Esperança

Terceiro dia ouvindo Red Hot.

Terceiro dia ouvindo "Scar Tissue".

Parei de sonhar acordada. Parei de querer acreditar. Estou com aquele gosto de desapontamento no fundo da língua, mas poderia dizer que não havia muito mais o que imaginar nesta situação. Não tenho tão pouca dignidade a ponto de me chatear com isso.

O que tenho é esperança.

quarta-feira, 11 de março de 2009

22. Insistência

Su, você fica insistindo e eu continuo deconversando. A verdade é que eu quero acreditar que sim, mas tudo na minha cabeça grita que não. Dá pra sentir na voz dele que ele não quer nada além.

Eu não te contei que acordei cedo demais e não consegui dormir de novo. E era ele que me assombrava os pensamentos.

terça-feira, 10 de março de 2009

21. Feche os olhos

"Scar tissue that I wish you saw
Sarcastic mister know it all
Close your eyes and I'll kiss you cause
With the birds I'll share
this lonely view"

segunda-feira, 9 de março de 2009

20. E por quê, moça?

Porque é divertido, porque não faz mal, porque rio até me acabar, porque tem o olhar, porque me faz sorrir, porque não tem amarras, porque é muito, muito bom.

Porque sim, velho. Porque sim.

quarta-feira, 4 de março de 2009

19. Mas acho mesmo

Mas acho mesmo que se apaixonar não seja só bom, seja essencial. Seja por uma vida, seja por duas horas.

segunda-feira, 2 de março de 2009

18. E até ganhei um sketchbook!

A fome sem motivo voltou, e pela primeira vez tive uma insônia de verdade. Mas tudo bem.

Estou tendo idéias novamente, e isso me faz sentir viva.

domingo, 1 de março de 2009

17. O fim?

Resolver seus problemas? O CACETE!

Você cuida da sua vida, e ele da dele. Se ele é incapaz de entender que juntar pedaços envolve juntar situações, ele que vá de agarrar com o próprio ego.

Terminar por torpedo... pior do que eu, que ainda estabeleci uma conversa. Não foi cara a cara, mas pelo menos foi uma conversa. E já foi bem sacana!!

Se preocupa não, querido. Amanhã você me diz onde ele mora, levo minha irmã pra bater um papo com ele...


(EDIT: "vocês parecem mais simples quando a gente não tem vontade de comê-las". Boa. Muito boa. :D)

sábado, 28 de fevereiro de 2009

16. Throbbling

Comprei feltro. Acho que vou costurar.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

sábado, 21 de fevereiro de 2009

14. O dia

"Eu tava aqui pensando no quanto eu já gosto de .......... , mas é bem diferente em que sinto por você - eu te amo. Beijo, Paixão. Bom dia. :) "


Você ganhou um dos melhores presentes do mundo no seu aniversário. E hoje você me deu um presente tão maravilhoso quanto.

Você me deu o dia.

Obrigada, meu irmão. Eu te amo.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

12. Das tripas coração

Hoje é um dia em que eu faria das tripas coração pra ter um namorado aqui e agora.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

11. Por que não?

Se tem uma coisa da qual preciso é humildade. O orgulho é que nem gelo: cria lâminas que ferem por dentro.

Preciso entender que cada um tem um tempo. Cada um tem um esforço também.

Daqui em diante, eu vou reservar uma hora, todas as noites, pra estudar. E eu VOU, por que não?

10. E acabou que

E acabou que tive um sonho divertidíssimo, uma continuação da festa, e logo eu não sabia se estava acordada ou não. Havia o "WhiteDuck", porque o cavalo da "WhiteHorse" parecia um pato (um broder de Pedro falou), eu dormi com os pés no colo de Eça na casa de alguém, e rimos e jogamos vôlei.

Acordei sonolenta, dolorida, faminta e muito, muito mal-humorada.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

9. Delicadamente

E depois que fui embora - deixando o churrasco, o Banco Imobiliário, o papo, o riso, os conhecidos, a praia, a mímica, os cachorros, a bandeirinha, o gamão, o violão e o violino - parece que tudo não passou de um lindo sonho do qual sou delicadamente desperta. Um sonho que acaba com um carro no portão, e uma nova, cinzenta semana adiante.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

8. Quando deveria

Ultimamente, justamente quando eu deveria, não tenho estado nem aí.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

7. O problema

O universo conspira para me dar força, minha alma conspira para me dar força. Crescer não é o problema - o problema é envelhecer.

Não existe tentativa. Existe a vitória corajosa e a derrota corajosa, e se não chegou a nenhuma dessas é porque ainda não acabou. Qualquer coisa menos é pequenez de espírito.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

6. Inatingíveis?

"Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivos para não querê-las.
Que tristes os caminhos não fosse
a presença distante das estrelas!"

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

5. Lost in the morning

"I've been working all day
I've been thinking a lot
I've been doing some things
That are not quite right
I've been thinking about you
I've been thinking about you
When will you return?

I've been working all day
I've been thinking a lot
I've been lost in the morning
I don't know what it costs
Will you find me there?

And I guess it's just a phase
I don't know where I'm going
And I guess it's just a phase
I don't know where I'm going
And I guess it's just a phase
I don't know where I'm going
And I guess it's just a phase
I don't know where I'm going

I've been working all day
I've been thinking a lot
I've been lost in the morning
I don't know what it costs
I don't think about you
I will be able to do
Will you let me be?

And I don't know where I'm going
I guess it's just a phase
And I don't know where I'm going
I guess it's just a phase
And I don't know where I'm going
I guess it's just a phase
And I don't know where I'm going
I guess it's just a phase"

domingo, 8 de fevereiro de 2009

4. Estrela

Os exemplos são poucos. Da minha faculdade, só conheço dois nomes nacionalmente famosos saídos do pó dos anos 2000: Hoisel e Tenório. São sempre os exemplos dos professores, são sempre os alvos de admiração dos colegas, sempre fazendo de tudo, são um xodó. Eles merecem. Realmente, os trabalhos deles são assombrosos. Fizeram cursos em São Paulo, são estrelas em empresas grandes e respeitadas, tudo porque são estupidamente bons no que fazem. Sim, eles merecem.

Não tem muito tempo, antes de entrar na faculdade, e até um pouco depois, eu tinha sonhos de ser uma estrela. De viajar, de trabalhar em São Paulo, não - na Disney, na Pixar, no Estúdio Ghibli. Meus sonhos me faziam voar como uma nuvem que enchia meu peito - e eu estudava com naturalidade, aprendendo devagar e com fome, um passo de cada vez, tenho 17 anos, ainda há muito chão, os sonhos parecem perto demais.

Agora eu olho para o que faço e não vejo estrelas. Não vejo nada de ruim tampouco - é tudo terrivelmente, horrivelmente normal. Nada demais. Medíocre. E vejo que, afinal, não sou uma estrela. Dificilmente sairei desta terra de merda pra fazer o que amo. Ficarei em trabalhos medianos, que têm a ver comigo, mas que não correspondem ao meu coração. E ficarei por falta de apetite. Tudo isso porque sou uma estudante medíocre que não sabe do básico, uma mulher de 19 anos que consegue errar na vida diária coisas que só os retardados mentais fazem. Uma pessoa conformada.

Há agora uma almofada no meu peito. Meu coração bate abafado e diz: "Sua medíocre. Você jamais será Antares. Contente-se com seu pequeno brilho que ilumina apenas os que te amam, se te amarem para o resto da vida. Relegue-se à sua insignificância."

Antes eu via um caminho. Agora, sinto que não existe, apesar de estar lá - eu não o alcanço. As coisas pareciam tão melhores...

Meu Deus, jurei ter sempre uma faísca de esperança, uma criança em minha alma, uma crença. Jurei há tão pouco tempo! O que aconteceu comigo, meu Deus???

sábado, 7 de fevereiro de 2009

3. Cabelo

Dizem que em épocas de mudança, temos que mudar a nós mesmos. É uma oportunidade para sair do marasmo de se ver todos os dias, no espelho.

Cortei o cabelo acima dos ombros. Um pouco retrô, um pouco menos romântico. Quando prendo, faz um rabinho e deixa uma mecha sobre o olho que são um charme.

Se me acostumar desse jeito, acho que vou mantê-lo assim por um tempo. É bom mudar a cara. Mas em vez de me sentir mais jovem, acho que me sinto um pouco mais velha.

Ainda não sei se é bom ou ruim, porque não se parece com a última vez que cortei curtinho. Naquela vez meu cabelo quase batia nos quadris, e cortá-lo pra viajar foi um alívio. Desta vez ele não estava tão longo assim, e afinal, gosto dele comprido. Tem a minha cara.

Mas já tá mais do que na hora de ver minha cara mudada. Para estimular a alma a continuar mudando.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

2. Início

"Onde você esteve, meu lindo, que estou há tanto tempo sem ouvir notícias suas (exatamente 120 minutos?)"

Isso se chama início de namoro. Um dos melhores presentes do mundo.

Palmas para você, meu amigo, e feliz aniversário.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

1. Introdução

Nem sei se este blog vai vingar. Foi só depois de ver o Blog da Talita que resolvi abrir este.

Não escrevo tão bem quanto ela. Não tenho uma vida amorosa atribulada, não tenho doenças, não tenho problemas de família tangíveis e por isso posso me considerar afortunada. Não sei o quão isso é bom.

Não escrevo como ela. Não pretendo. Não acredito que as palavras sejam capazes de revelar o que um coração guarda, o que uma mente espreita. Mas não há outro modo de fazê-lo senão pelo ineficiente vocabulário, e as pessoas acreditam no que é dito. Saber brincar com as palavras é um trunfo. Palavras viram brinquedos e as pessoas dançam a seus sons, como marionetes.

Minhas palavras são desmedidas e descabidas, então prefiro calar. Não sei o que fica subentendido, não quero saber. Antes pudesse esquecer tudo que disse.

Aqui vou dizer. Não sei se respondem. Não preciso saber, se não quiserem. Mas se um dia me encontrar, não precisa falar. Prefiro que você saiba e nunca me diga, para eu não esperar nada. Mesmo que você mude, prefiro nunca saber que você soube por palavras.

Declaro este blog aberto.