sexta-feira, 30 de setembro de 2011

197. Bem

Muitas coisas (boas) em muito pouco tempo. Não tenho nem tempo pra assimilar. E como um copo que transborda, eu me derramo, tremendo.

Permitir-se sentir-se alegre e afortunada sabendo que o mundo é um lugar escuro e hostil: uma parcela de felicidade. Quem sabe, quando seja mais velha, seja como as personagens de livros, que descrevem os gozos da juventude em poucas páginas e as desgraças em mil capítulos. Mas agora... bem.

Agora... bem.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

196. Over

Talvez pela estranheza de me ver estrangeira pela primeira vez, de fato. Talvez.

Mas de repente não tenho vontade de rir mais. É a hora de parar e tomar rumos.

Hora de perceber que nem tudo é como queremos. Hora de ter dúvidas. Hora de resistir ao impulso de negar... e decidir quais guardas baixar.

Vinte e dois anos e ainda hesito.



Everyone knows I'm over my head.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

195. Chorar

Ontem eu chorei, mesmo. Em alguns momentos quis estar só, e dar vazão a tudo sem a presença embaraçosa dos olhares assustados e satisfeitos das duas. Tentava acompanhar o que diziam e tentava chorar sem que notassem. Tentei silenciar e tentei me esconder, mas no fim das contas só consegui soluçar justo diante delas, e sinceramente não sei o que faria se não tivessem me abraçado.

Elas não devem entender muito bem o que sinto de verdade, o que significa tudo isso pra mim. Toda a riqueza em todos os espaços. Sombras e luzes diferentes das que conheço. É como viver em um sonho, como se tudo fosse desvanecer em um segundo quando acorde no dia seguinte, de volta à casa, no calor e no tédio. Ainda vivo de encantos, e me surpreende mais e mais como a distância geográfica pode ser tão devastadora.

Espero chorar mais. Muito, muito, muito mais. Sem que elas vejam, claro.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

194. Lindeza

Cheguei. Tudo bem.

Tudo lindo.

domingo, 18 de setembro de 2011

193. #partiu

#Partiu Espanha, algo que chamaria, em voz baixa - respeitosa - de aventura.

Nunca quis tanto quem me quer, nem nunca me senti assim. Ando tendo vertigens já há duas semanas e comendo feito uma doida pra compensar o nervosismo. Deixa estar. Há dias não sei o que estou sentindo mas acho que não vale a pena tentar descobrir agora.

É só andar pra frente. Amanhã começa o caminho. Depois de subir naquele avião enorme e fazer minhas preces - se eu morrer, morri, e em paz - vou soltar minhas mãos.

E fechar os olhos às vezes.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

192. Comer

Parabéns para mim, eu só vim pra comer, já comi a feijoada inteira, tô passando muito maaaal!!

Meu presente? Ganho ele daqui a exatamente uma semana =)

domingo, 11 de setembro de 2011

191. Calla (un desahogo)

Ay, ay, nena, acaléntate con tus proprios brazos. Calla tu llanto a cada lágrima. Ay, ay, nena, deja que la mujer acune la pequeña, como la madre que algún día deseas ser.

Ay, nena, te calmarás pronto. Come tarta; lucha con los perros; canta y baila las canciones pirografadas en tu alma; carcaja alto y claro por los sueños que se harán piedra. Alégrate llorando; pon el LP de Alceu Valença una y otra vez, hasta que te acuerdes de los siete deseos bajo las espectaculares luces de la tarde, que entran por la ventana del baño a bañar de oro la casa, y se hacen tan amarillas que tapéante cuando subes pensando ser la lámpara encendida y olvidada. Escucha los pájaros cantando después de la comida y admira las estrellas desde el estudio, por la noche. Escucharás otros sonidos y verás otras estrellas, y todo será raro y rico, y podrás ver a Cygnus y comer otra comida, y ver cosas extrañas y bellas, y otras feas. No estarás sola, pero aunque estuvieras, todo sería válido. (tú dirías, buena virgo: será todo una experiencia estética. E te miran como si, ordenad[or]a como siempre, hayas recusado las sorpresas. Pero sabes - y sonríes como un zorro - que saber lo que es no es saber lo que eso supone ser - y que eso es el lado extraordinario, llamativo, brillante y misterioso con que esperas solar la intimidad de tu ser, acusado apenas, quizá, por la llama que se enciende en tu rostro)

Ay, nena, sonríe. Estás más guapa que nunca, con un pequeño sol sustituyendo las cuerdas vocales. Estás el sol y apriendes a andar con la elegancia que quieres, sin los pasos asustados de una niña que se pone los tacones de su madre. Y aún hoy no sabes andar con tacones, estás ciente de ello, y te caes y no te importas; sales reíndote con el rostro rojo de alegría porque sí. Porque puedes. Y a zancadas, caminas.

Acaléntate, niña. Acaléntate. Tardaste, pero entiendes. Empiezas a entender. No dejarás de entender. Y si tienes el destino de vivir por más tiempo, verás que eses años de negativos velados y casetes caseros - grabándose unos por sobre los otros - son los años de puta y de reina. Que disfrutes.

Y ya no hará falta que acunes la pequeña.

190. Como não se acabou

Alguém disse que é mais fácil escrever com dor; porque é insuportável. Mas deixo aqui registrado um dia feliz, para que não se acabe nunca, como não se acabou hoje.

À barriga cheia e aos bons amigos.

Espero que vocês me esperem.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

189. Transe

Entrando em transe: esperar, esperar.

Amo todos vocês.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

188. Magia

Magia, sim. A magia não existe, mas está por aí.

É difícil de entender, é difícil de encarar por tanta banalidade que há na vida. Mas afinal de contas


nada me hará tán feliz como dos margaritas.


É fechar os olhos às vezes.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

187. Sem-vergonha

Eu sou a pessoa mais lerda do mundo.

Hoje, vendo o cenário correr através da janela do carro, pensei em modo de me corrigir: tachinhas. A cada escorregão de lerdeza (ou ingenuidade, também serve) eu pego uma tachinha e enfio no braço. No punho. Na barriga. Na polpa dos dedos. Na parte mole dos pés.

Depois pego algo achatado e empurro. Enfio dentro da carne. Depois taco sal grosso, tiro a roupa, deito no chão do banheiro e fico ali, tacando sal.

Porque preciso aprender. Pre-ci-so-a-pren-der. Isso não muda. Isso nunca muda. E não irei a lugar nenhum se isso não mudar. Sou lerda, tão lerda, tão absurdamente lenta.

E não é uma ofensa barata não. Inteligente eu sou. Não é inteligência. É raciocínio. Eu travo. Eu erro uma vez, duas, mil vezes depois de ouvir a mesma ordem/recomendação/conselho mil vezes. Eu não escuto.

E já tentei arranhões, beliscões, socos na têmpora. Não aprendo, não aprendo nunca.

Talvez seja a hora de ver sangue, pra ver se deixo de ser sem-vergonha.

186. Vívidos

"Meu Deus, tanto sono!..."

Fernando, me aninha; não sei do que tenho ganas. Se de correr ou de chorar, ou se de me deitar no chão e morrer. Tenho tanto sono, me dá tão igual, que não sei mais o que quero.

Quero voltar pra cama e dormir, dormir, dormir. Aquele sono pesado que só faz aumentar a cada hora, que abre para além da Matrix. Os sonhos mais vívidos que a vida. Eu ainda posso descrevê-los, vê-los ao fechar os olhos. Em meus sonhos, eu não vivo aqui.

Eu meus sonhos, o mar fica do outro lado.


domingo, 4 de setembro de 2011

185. Conformou

Minha vontade é dizer "não fica assim não", mas se você está gritando é porque está doendo.

Então grite. Você tem razão.


Só espero que você não termine igual a mim, que já se conformou que vai morrer sozinha.