segunda-feira, 29 de junho de 2009

106. Pedaços

Escrevendo demais pedaços da minha vida. Descobri um modo novo de expressar além do blog. Eles não cessam.

Voltei. Acabou. Ah, acabou, acabou, acabou.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

105. Amigos

Nunca escolhi meus amigos. Se alguém um dia me perguntar por que essas pessoas são meus amigos, a única resposta possível seria um olhar confuso e um "não sei". Pensando bem, não sei mesmo por que deixei essas pessoas entrarem no meu coração; nenhuma delas pediu licença, mas não tenho vontade nenhuma de tirá-las de lá. E não pretendo deixá-las ir.

Os amigos que quis escolher, esses não estão aqui. Esses não se importam tanto assim.

Não é pra se compreender, mas pra ir e ver e rir porque é assim que as coisas são, não como se gostaria que fossem.

104. Vício

É verdade. E quando chegar a hora inevitável do inevitável adeus, gradativo e anestesiado, eu vou sentir falta dele e sorrir. E quando o vir de novo - eventualmente as pessoas de uma mesma geração de reencontram - eu vou sorrir com sinceridade, e estarei sinceramente com saudade, querendo saber o que ele fez da vida, onde esteve, e dizendo que aqueles tempos foram bons, que ele foi uma pessoa da minha história, e que foi legal, muito melhor do que poderia esperar de uma vida tão pequena em meio a tantas outras pequenas vidas neste universo, e que obrigada a nós dois, não somos grandes amigos, mas ainda gosto de você e isso é o que importa.

É verdade. Ele não fez nada de errado, ninguém fez, eu que fiz meu castelo sobre as nuvens e não queria que ele caísse. Acalentar amores que não existem, é um vício e não um poema.

É verdade. Você tem razão. *sorrisos*

quinta-feira, 25 de junho de 2009

103. Pra sempre

Dei um pause, precisava de um tempo. Quando não há o que se dizer é quando mais se precisa, mas aí entra na falta de classificação que meu computador-mente não entende, e eu estremeço de medo.

Não posso falar sem quebrar o encanto, e o encanto não pode acabar, n u n c a; saibam apenas que foi como viver de novo.

E eu amo você. Qual a minha surpresa? Já devíamos saber há muito tempo, e eu sabia há muito tempo, mas precisei ouvir de você pra poder te olhar e aparecer, como quando se percebe que se respira e se presta atenção no ar pela primeira vez. E dizer que eu também, que você não tem ideia, não, você é o único que sabe, e eu sei que você sabe, e você sabe que eu sei e que isso não implica em nada além do recontinuar de nossas vidas e de nenhuma palavra a respeito. Palavras só são úteis em momentos breves para garantir o turning point do espetáculo, no mergulho da solidão ou na transparência do álcool, e depois disso são desnecessárias, incômodas, irritantes, catastróficas.

E eu amo você. E a gente se ama. E estamos aqui, pra sempre. Pra sempre.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

102. Gostosa

E eu digo que ela é gostosa.

terça-feira, 16 de junho de 2009

101. Só (l)

Acho até que gosto de ficar só e triste, confabulando fa´tuos. Não há muito o que esperar além do sol, e o sol é uma jóia que atiro no ralo.

Entendi o porquê do nome do blog. Ando de guarda-chuva porque chovo EU.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

100. Rastros

Olha, 100 posts. Que legal.

Quatro meses já vieram e estão indo. Releio o passado com alguma freqüência e já rio de de algumas coisas; de outras, jamais.

Mas não sinto vontade nenhuma de apagar meus rastros; está bem como está. O que se foi está gravado em pedra, não em bytes, mas no coração.

domingo, 14 de junho de 2009

99. Sonho - II

Sonhei que me apaixonava de novo. Dessa vez foi mais natural. Estava no ponto de ônibus, ele não era nenhum príncipe, e o beijei, meio do nada, na frente de todos, eu acabara de conhecê-lo - ou já o vira antes? Mas não me apaixonei então.

Encontrei um outro homem, também no ônibus. Uns 20 anos mais velho que eu, e me beijava, e eu retornava no melhor estilo Amélie Poulain. Passamos por onde ele trabalhava e comentei que meu pai trablhara lá (é verdade) e ele se deu conta de quem era, e parou de se comunicar comigo. No melhor estilo Amélie Poulain, toquei a vida.

Eu vi o primeiro de novo. Cabelos compridos, castanhos, alto, magro, jaqueta verde. Minha imaginação ao acordar lhe deu traços de um rapaz que conheci - mas não acho que tenha sido ele. Eu vi o primeiro de novo no ponto de ônibus, e ele disse que me vira com o velho. "O que é que tem?" "Você gosta dele?" "Não, mas foi bom." "E comigo?" "Gosta de mim?"

Aí o ônibus chegou, ele guardou lugar pra n´so dois; me beijou de novo e eu já gostava dele. E ele de mim.




(sinceramente gostaria que tudo isso significasse alguma coisa, e não desejos aleatórios fabricados pelo meu cérebro)

terça-feira, 9 de junho de 2009

98. Merda

Hoje eu anuncio que não passo de um monte de merda suja e cagada.

De repente parece que as coisas lindas da vida não são um provilégio. Não há. Eu me o d e i o.

domingo, 7 de junho de 2009

97. Pobre

Adoro me odiar. É por isso que odeio mudar, mesmo sabendo estar errada. Eu não era assim, o que foi que aconteceu? Por que quero andar pra trás, voltar, e sofrer ao ver que não parou, continuou e eu fiquei?

Levemente masoquista, essa vida. Não consigo amá-la nem me amar e neste momento, amar ninguém a ponto de levantar e adormecer por. Que coisa mais pobre, depender de alguém pra amar. O ser humano é nojento - eu sou nojenta.

sábado, 6 de junho de 2009

96. Amava

Olha, eu só estou aqui agora porque gosto de você, entende, gosto mesmo. Não, não quero te namorar, embora há alguns meses eu até gostaria disso, mas mesmo naquela época não sei se aceitaria, e hoje certamente que não, a não ser que você se mostrasse diferente do que vejo, mas naquela época - você se livrou de boa - eu gostaria de um relacionamento qualquer, porque eu era apaixonada por você da forma mais pura e adorável que alguém poderia, como uma criança, mas éramos muito cuidadosos e você muito desatento.

Sim, eu fui apaixonada por você, não sexualmente, não, eu te amava, amava mesmo, e com tanta doçura que ficava feliz somente com seu sorriso, com seu olhar, com sua atenção e o jeito que apertava minha mão, entende, eu te amava como as crianças se amam, quando se amam, e sua presença ali, atrás de mim, fazia meu coração dançar entre minhas costelas feito louco, e seu beijo em minha testa me fazia suportar sua falta até quarta, ou sexta, e os fins de semana eram todo uma espera sofrida pra te ver na segunda-feira. Eu fiquei mais bonita, sabe, comecei a me arrumar, comecei a sorrir e encabular e ficar mais mecânica e me odiar por isso por você, eu amava sua pura existência, seu inspirar e seus suspiros e seu riso.

Mas não amo mais. Sou feita de carne, querido, ilusões não me enchem a barriga. Passei a desejar o que não podia. Almejava seu cheiro, o toque meu no seu cabelo - eu ainda mexo nele - , seu gosto da sua boca na minha, seus dedos brincando com as linhas da minha mão, seu abraço. Não é bem o que não podia, mas você não me queria, você nunca pareceu me querer, entende, eu era sua amiga como todo mundo era, você era o cavaleiro das rosas brancas com todo mundo, eu não era especial de outro jeito pra você, e comecei a achar que você não tinha direito nem vocação de ganhar as chaves nem do portão mais externo do meu coração, e te deixei de lado, com pouca dor e muita consciência.

E você passou a ser mais um pra mim. Porque comecei a achar graça. Comecei a rir de você, a brincar com você, solta, rosnando quase, rindo da sua surpresa, essa é a minha vendetta contra sua tolice de não me desejar. E aí até considerei as opiniões da galera, e te pegar, te empurrar à força contra uma parede qualquer e te encarar com o indubitável ar de "e aí", mas isso não tem graça, não tem propósito, só funciona se houver aproximação mútua, e você não demonstra nenhum interesse, nem um olhar, nada. E sou muito tímida, apesar de parecer que o mundo deve saber de minhas alardes, mas o que você deve saber sobre mim você não sabe, pouca gente sabe.

Estou te dizendo isso porque você não é homem, você é menino. E todas as mulheres, todas as muitas mulheres que te amam como amei sentem o mesmo, você deve ser cuidado porque é raro, é fofo, é engraçadinho. Você é feito pra algo casto e lindo, SE e somente SE se apercebesse do fato. Estou te dizendo isso porque acho sua indecisão irritante e se você pelo menos considerasse que não há como se esconder na casa dos seus pais pra sempre, que é necessário conhecer gente e soltar as rédeas do canalha que existe em você de vez em quando, porque é natural, a gente quer sim ficar com você, te beijar, te tudo isso, quer ver você dizer não pro mundo de vez em quando, e parar de pensar nas consequências, e ir logo e prestar atenção naquela sua coleguinha que, diabos, está vestindo decote e te chamando incansavelmente pra sair por um motivo apenas, por muitos motivos, por um mundo, e que sua falta de ação a faz sentir uma vadiazinha.

E estou te dizendo isso aqui, agora, porque você consegue ser pior que eu era um tempo atrás, você é certo demais e isso não pode ser saudável. Estou dizendo isso agora porque você descuidou de uma dama da noite, conhece dama da noite, é uma flor perfumada e branca que parece uma coroa e que desabrocha ao anoitecer para morrer à aurora, eu tinha o coração aqui na mão pra você mas você nem viu, não é culpa de ninguém, você me magoou um pouco porém, o orgulho ferido ninguém cura, né? Estou dizendo pra você crescer, porque não quero cuidar de você e você acho que não vai gostar de pensar assim, eu quero que cuidem de mim, e você é delicado demais.

Estou te dizendo tudo isso porque ainda te quero, recôndito, tênue, mas quero. O pensamento de você me enlevou e foi lindo, pra mim. Mas agora é pataquada, e quero que você saiba que estou aqui se você me quiser, me ganhe se quiser, mas não vou tentar ganhar você assim ativamente mais.

O pensamento de você me tornou viva. Obrigada.

95. Vividos

Há dias melhor vividos. Sabemos os que são assim porque não conseguimos pensar neles. Nasceram, viveram, existiram - e pronto.