quinta-feira, 30 de abril de 2009

70. Ideia

Eu ia escrever hoje umas coisas de Clarice Lispector, mas depois de ir ao último dia do Workshop Realidade Sintética mudei de ideia.




LEEROY JEEEENKIIIINS!!!




(Thanks so much for the idea and the shout, Paladino.)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

69. Clássicos

Estou voltando aos clássicos.


Tipo, Clarice Lispector, Machado de Assis, Mozart, Tchaikovsky e Walt Whitman.


O quê? Achou que eu ia falar Pink Floyd e Queen?


Pois é, quando baixar esses também vão.




"Whoever you are, I fear you are walking the walks of
dreams,
I fear these supposed realities are to melt from under your
feet and hands,
Even now your features, joys, speech, house, trade, manners,
troubles, follies, costume, crimes, dissipate away from you,
Your true soul and body appear before me,
They stand forth out of affairs, out of commerce, shops,
work, farms, clothes, the house, buying, selling, eating,
drinking, suffering, dying."



Né? And yet you came.

68. Cinema

"O mais importante de todos os sentimentos revolucionários é o amor."
"Amor?"
"Sim, o amor. Amor pela justiça, pela verdade."








...









"Eles são grande mais nóis é ruim!!"










Grandes frases do cinema.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

67. Ando de...?

Comprei um guarda-chuva preto no camelô ali na passarela do Correio da Bahia. Dérreáus e fabricação chinesa, enorme, desengonçado e todo descosturando nas pontinhas.

Adorei. Vou começar a andar com ele por aí. Tenho de fazer just ao nome do blog, oras; acha mesmo que vou dar bandeira com minha sombrinha de joaninha por aí? Muita gente invejosa, muita gente invejosa.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

66. Chuva

Hoje choveu o dia inteiro. Mesmo: o dia INTEIRO. Nos últimos dias também, mas eu estava dentro de casa, então tanto faz. Hoje eu estava na rua.

Dias de chuva são meio frios e bastante úmidos, cheiro de fungo e de musgo e lixo e cachorro molhado por todo lado. Eu gosto.

O melhor é de andar de ônibus. Sentar na janela (ninguém quer), abri-la (ninguém quer mesmo) e pegar vento e água bem na cara. Daí, como o trânsito fica lento, encostar a cabeça no vidro e fechar os olhos, as mãos viradas contra o peito, ninando. Fria de rosto, morna de coração.

E ela adormeceu acalentada pelo vento, e viveram felizes para sempre, querido. Fim.





PS: Esqueci a sombrinha. Não que fizesse qualquer diferença.

65. Fruto

Só precisamos morder um pouco do fruto azedo e roxo que é a paixão e pronto: desmilingüe toda. Tudo fica certo mesmo totalmente equivocado, em todos os sentidos possíveis e imagináveis.

Quando passa, fica um gosto amargo e sério e triste e sóbrio. Nada está errado, nunca está errado, errado foi você.

E depois fica um travinho na garganta que te lembra daquilo sem rancor. Distraidamente. Quer prazer maior que o gozo depois do gozo?

segunda-feira, 20 de abril de 2009

64. Droga

Tem tanto tempo que aqui não tem nada, né? É porque tem muito tempo em que não acontece nada. Não estou mais amando e isso tira a saturação da vida. Que nem uma droga.

Ando arredia, querido, meus pais acho que não me suportam; mas é porque sou mimada e feliz e isso me deixa muito mais triste do que poderia imaginar. Como posso me comparar aos meus amigos, que tiveram privações e por isso vêem tudo com um constraste? Que são muito mais matreiros por passarem por boas? Como, querido, vou andar pelo mundo sem tremer de medo?

Por isso nós, os bem-nascidos, os abençoados, nós precisamos de drogas. Mas agora, agora, nada nem ninguém me atraem, e o riso me abandona e a casa me oprime como a um cão bem alimentado e preso.

Que nem uma droga, né? Deixa a gente preso e acomodado, e vou sair de casa só pra casar? E casar com quem? Porque não acredito no amor, assim como desconfio da amizade.

E isso é uma droga.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

63. Recusa

Então vim cheia de esperança, quando sabia que ou vai ou racha, e provavelmente vai rachar. Minha vontade é jogar um "Perdeu, querido, a fila anda", mas não tem nem fila e, sério, é chato abrir mão quando a recusa é não-dita.

Então vim muito bonita, mas acho que meu orgulho não vai mais permitir isso. Vou me vestir bem porque gosto, não por ninguém, ora essa. E não é que é bom?

sábado, 11 de abril de 2009

62. Obrigada

Sexta-feira Santa e tudo o que preciso dizer é que foi maravilhoso passá-la com você.

Obrigada pelo almoço, pelo filme e pelo sorvete. Obrigada pela companhia.

Obrigada por tudo, pai. Te amo demais.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

61. Conselho...

...Que veio.


"A senhorita Amélie Poulain tem todo o direito de estragar a própria vida"


Né? E no entanto ela não estragou, embora tenha sido quase.


E eu não quero estragar tudo por medo de estragar tudo. Não tem muito jeito, se quiser que meu coração continue a bater. Do contrário ele vira de vidro, né, e quebra.

60. Mãos

Além de uma pequena aventura envolvendo um ônibus errado e uma viagem pelo Saboeiro (conhecendo Salvador, u-hu!), nada de novo. Porém percebo que estou chegando em uma encruzilhada.

Está doendo. Está doendo. Já não me basto, já não me confio, e meu retraimento ainda vai me levar para o fundo do mar, onde ninguém vai me encontrar de novo, a não ser que procure. Ou seja, nunca mais.

Olho para as minhas mãos feito uma boba. Não sei mexer com elas. Só encolhê-las contra o peito, protegendo-me da dor e do carinho, criança pedindo tapinhas na cabeça e um Não chores, vou cuidar de você. O caso é, quem me tiraria de onde não sei me tirar?

O que vai acontecer eu te digo: o que sinto vai esmaecer, se protegendo do choque. E tudo vai voltar ao normal. Infelizmente.

Tenho medo da ousadia. Gostaria de um conselho.


Não vou tê-lo.

terça-feira, 7 de abril de 2009

59. Sete de abril

Ao dia sete de abril, que me reservou uma pequena surpresa.


Pedro
Cada vez mais tio!

= Branca = diz:
Por quê?

Pedro diz:
pq minha sobrinha nasceu
\o/
a segunda da minha irmã mais velha


Engraçado que hoje eu acordei e pensei, "Sete de abril é uma data linda". Tá bom que logo depois lembrei que era o nome de um ônibus, mas enfim.

Helena significa "tocha". Foi a única luz neste dia tão plano, tão reto, tão previsível.

"Nunca diga que o dia foi bom antes do pôr-do-sol"

Ou nunca diga que o dia foi ruim antes de dormir.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

58. Anticlímax

Hoje foi como estar diante de uma arma e apertarem o gatilho e ela travar.

Altamente anticlimático.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

57. Head over heels

"I wanted to be with you alone
And talk about the weather
But traditions I can trace against the child in your face
Won't escape my attention
You keep your distance with a system of touch
And gentle persuasion
I'm lost in admiration could I need you this much
Oh, you're wasting my time
You're just wasting time"

Eu também.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

56. Você, você

Não sou farta. Falta nutriente em mim e por isso como pouco e ando pálida. Não posso me dividir com qualquer um.

Por isso, entenda você que esquivas geralmente não são charme, porque não o são. O charme é deixar um pezinho pra fora da cortina, e eu me escondo de você. Não venha.




E você, não se mova. Você sabe, e eu sei também, que há algo entre nós dois que por enquanto é indizível, inatingível e inominável. No futuro, todos os momentos foram errados; mas o silêncio é irrefutável o suficiente por ora.




E você, por fim, é a besteira mais adorável da minha vida até agora. De doce enjôo fácil; mas o momentum do amor é a única forma de se aceitar vivo, irremediavelmente.

55. Cálido

Hoje ele estava meio aborrecido. Pouquíssimos momentos a sós, e a distância das mãos indica a distância das almas.

Mas me deu um beijo no topo da cabeça e outro na mão quando fui embora, perguntando "Você já vai" em um tom meio surpreso meio queixoso. A burra aqui nem soube o que fazer. Mas é cálido, sim, e o disparate piora cada vez mais, marcado em meu sorriso.

54. Clarice

Claro. Clarice. Como pude me esquecer?

Conhecia sua poção, só não me lembrava de onde. Agora a tenho, e encontrei o caminho.