quinta-feira, 23 de junho de 2011

167. Reconhecer

Quando éramos crianças, éramos nós mesmos e queríamos fazer o que os adultos faziam.

Mas acabo de perceber que, quando somos grandes, podemos fazer tudo o que os adultos fazem e, se não tomamos cuidado, deixamos de ser nós mesmos.

Crescer é difícil. Mudar é mais difícil ainda.

Minha vida só estará satisfeita se, ao encontrar meu eu-criança, ela me reconhecer. Saio em desvantagem, porém: ela nunca acreditou que me reconheceria.

166. what if?

What if I chose wrong?

segunda-feira, 20 de junho de 2011

166. Política

Tenho tino pra política. Todo mundo sabe, todo mundo vê.


Mas sou melhor do que isso, sorry.

domingo, 19 de junho de 2011

165. Play

Ai, sei lá, sabe. Vou ser a mocinha linda e pura que aprendi a ser, porque não sei ser ogra. Falo de brincadeira e me tomam muito mal, e se me tomam mal por brincadeira inteligente imagina por brincadeira grosseira? Que droga, que droga, que droga.

Por que você é assim complicada? Você é grande, poxa. Você vai fazer coisas que eu nem sonharia com a sua idade, você é tão inteligente, você é legal, não aja como minha irmã adolescente. Não aja assim. Pouca gente vai aguentar levar tanta patada pra descobrir seu coração.

Pela primeira vez vou dizer com toda propriedade: "Se não sabe brincar não desce pro play." Ou não desço eu, e você vai gritar na minha janela porque quer brincar da gangorra. Pro ble ma seu.

sábado, 18 de junho de 2011

164. Pensa

Você pensa demais e sofre antecipadamente.


Mas, meu Deus, se não pensar assim, então como é que se pensa?

sábado, 11 de junho de 2011

163. Pé

Tudo bem, Bá. Por incrível que pareça, ninguém é perfeito. E tudo vai dar pé.

domingo, 5 de junho de 2011

162. Espaço

Status: Ocupando espaço no mundo, e no coração dos outros. Apenas.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

161. Bela e Fera

Me lembrei de que - há muito tempo, mais de dois anos, nossa, uma vida - eu escrevi um post falando do blog da Talita. De sua sensibilidade, sua argúcia, seu talento com palavras e sentimentos. Não faz nem um ano que descobri que a maioria dos textos lindos que havia lá eram fragmentos de contos de Caio Fernando Abreu.

Foi o ponto final. Se a admiração havia se tornado ágria, naquele momento morreu de vez; e não voltei a acessar aquele blog.

O que dizer quando você percebe que o uma pessoa fala não se escreve, até as últimas consequências? Que o magnetismo, desenvoltura, aparente força e brilho de alguém não são nada mais que um artifício para esconder uma pessoa normal nos bastidores? Uma pessoa normal que se convence - e tenta convencer todo mundo- de que os fogos de artifício são de verdade estrelas?

E de tanto gritar "lobo", ninguém acredita mais. Tudo é fumaça e espelhos, embuste e ilusão, e você não sabe mais o que é truque e o que é coração. Não sei que inocente acredita nisso até o final, mas acreditei por tempo demais e deixei demais que me afetasse. Muito ao contrário dela, meu coração é visível. Pulsa logo abaixo da superfície - esta é que dura demais para deixar que seja tocado.

O fato é que sou de Virgem, ela é de Leão. E que o digam os astrólogos, um humano, mesmo uma donzela, supera a besta. Pode demorar, pode impressionar e ferir com garras sempre afiadas, pode enfeitiçar e machucar, mas uma fera é sempre uma fera. E algum dia - pode demorar, pode demorar - a donzela percebe que, contra o irracional, batalha abandonada é batalha ganha. E segue seu caminho, deixando o animal ferido de morte, sem ninguém que aplauda sua agonia.