quinta-feira, 30 de julho de 2009

115. Conta

Sonhei com você noite passada. Como tenho, como a maioria das pessoas, o péssimo hábito de esquecer os sonhos no meio da manhã, não sei muito bem o que fazia naquela praia, com aquelas pessoas que - sabia - me fariam mal, sob um sol de celofane laranja. Mas você estava lá, com a sua mãe, e passei por você duas vezes. Na primeira, fingimos não nos ver. Na segunda, inevitavelmente encontrei seus óculos escuros e te cumprimentei pelo nome, e você respondeu pelo nome, e pronto. Segui o sonho sem parar em mais lugar nenhum.

Estou ligada a você como um fã é ligado por seu ídolo, exceto que não sou sua fã. Mas como um ídolo, você só se comunica por frases musicais, por músicas com mensagens, com mensagens dúbias. Não é para mim, e sempre é, porque nunca o sei. A sua promessa, a sua declaração - acredito todas as vezes em que o pensamento de você atravessa minha mente. Mas cada vez menos.

Faz de conta que eu cansei de fazer de conta. Faz de conta que a gente aconteceu, as estrelas sumiram e só existem pessoas comuns fazendo coisas extraordinárias e insignificantes. Faz de conta que você continua no mesmo lugar, e que aquelas pessoas me farão a companhia extraordinária e insignificante na madrugada, rindo à toa e chorando no sofá. Faz de conta que eu gostaria que você também fosse uma pessoa comum. Mas, me perdoe, não consigo acreditar nisso.

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