quinta-feira, 19 de março de 2009

36. Mistérios

As pessoas mudam quando estão sozinhas. Elas mostram uma parte de si que a gente não vê com um grupo.

Rio alto e falo muita besteira entre amigos, mas quando acordo com um pouco de tenência eu calo. Não sou engraçada, não sou bonita, não sou assim tão interessante, então não sei o que falar - observo. Parece que nem estou ali.

A dois, no entanto, sou capaz de falar sobre coisas bonitas e silenciosas e travar um diálogo sincero se a pessoa souber conversar. Esses são os amigos, acredito: os que têm a capacidade de falar sobre os mistérios que só você vê, no seu espelho interior (fica na altura do peito). São pessoas que você não vai esquecer, de quem você sente uma saudade incontrolável quando acorda à noite e quer dizer alguma coisa, qualquer coisa, antes que suas costelas explodam.

E aí você não diz nada, não suspira, nem chora: volta a dormir e engole a bomba, para tornar-se um pouco mais amargo na manhã seguinte.

O que você vê quando caem as carapuças?











(Preciso de um abraço)

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