sexta-feira, 20 de março de 2009

38. A última frase é de Dinah

"Elephant Gun" é uma música para namoros. Pronto, acabou-se.

Eu me derreto ao ouvi-la, sempre. Principamente com uma criatura tão linda - ele é lindo, gente - aqui atrás de mim.


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Hoje, na aula de Física, falei sobre a futilidade da minha época. Parecida com antes das Revoluções Francesa e Gloriosa, e antes da 1ª Guerra Mundial. Bebida, libertinagem, crises existenciais, arte leviana, poesia mesquinha, o Mal do Século. Não há nada de glamuroso no Rococó e nem no Romantismo. Há nas Patricinhas e nos Emos? Então.

A História é como o mar: sempre o mesmo, independente de quão diferentes sejam as ondas. E calmaria anuncia a tempestade. Essas eras de marasmo e egoísmo vão se acumulando feito um vagalhão, para depois quebrar na areia numa explosão. Essa é a nossa época - alguma coisa está acontecendo, tem de estar. Um dia, a tragédia anunciada fará um estrondo - e será uma surpresa, pois não estávamos atentos.

Meus contemporâneos não têm sonhos. Têm desejos e ambições. Mas não sabem sonhar, eles enferrujaram essa capacidade para dar lugar à fantasia. Meus contemporâneos não sentem mais tesão com nada, pois tudo para eles é um brinquedo - você usa, brinca, quebra e você deixa pra lá. Essa juventude compra identidades em forma de camisetas de marca, como a nobreza francesa comprava em forma de rouge e perucas. Nada tem valor, exceto seu próprio ego, seus próprios caminhos. Entreter-se, essa é a palavra: as coisas devem ser divertidas, antes de necessárias.

Isso não está errado, mas é incorreto. Particularmente quero minha vida divertida, mas meu objetivo na vida é torná-la mais bela através do meu talento - que não é extrordinário, mas é o que posso fazer por ela. Eu poderia ser uma boa médica, uma boa advogada, uma boa jornalista, uma boa militar, uma boa veterinária - mas eu jamais pensei em seguir qualquer uma dessas carreiras porque, de fato, eu NÃO poderia. Nasci pra ser instrumento, não nasci pra mim. De quem e para quem, não sei. Mas o sou, isso é o importante.

Não, não nasci pra viver pra mim. Tolos são os que o fazem. Vivam suas vidas mesquinhas e sumam, jovens. E preparemos-nos, que o tsunami vem aí, e quem souber ler os sinais verá o Apocalipse de seu tempo.

"Viemos, sentamos e bebemos."

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