quinta-feira, 3 de novembro de 2011

208. Verde

E eu que sempre disse que tudo bem, que sempre torci por você, que não me importava. Eu que falei nem pensar, bebo da água verde que jurei nunca mais tocar.

E agora pago pelo pecado de cobiçar ser você. Sei que não deveria, porque é errado, e sobretudo porque você é minha amiga. E me detesto por querer te detestar, ainda que não consiga. Por querer ter o que você tem, por querer ser assim bonita, assim interessante, assim com personalidade. Por não acreditar que algum dia chegarei a me equiparar ao que você é por natureza. E por ter raiva todas as vezes que você tem crises e não se acha boa o suficiente, veneno que destilo com a mesma resposta de sempre: "Pelo menos você não é eu."

E o pior de tudo é que isso é seu consolo. Pelo menos você não é eu. Ainda há esperança pra você, e me alegro e te detesto ao mesmo tempo.

E quero de verdade que você seja feliz, apesar do dano que me causa. De verdade.

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