segunda-feira, 25 de outubro de 2010

128. Tenra

Agora já perdi, playboy. Sou mesmo uma criatura que se alimenta de amor, e que precisa alimentar com amor. O problema é que finjo que não, igual criança orgulhosa doida pra comer o bolo que lhe proibiram antes, mas que agora permitem, com toda bajulação.

É minha única defesa, sou tenra demais. E quando a derrubo, tenho medo que seja doce demais.

Mas fazer o quê? Só sabia mentir para mim mesma, agora nem isso. Sou pateticamente meiga em um mundo - me dizem - duro. Verdade que não é uma meiguice evidente, mas existe, e me assusto quando me enterneço com minhas próprias mãos de floreios ou meus olhos assustados, negros, enormes.

É, é uma derrota. Todo mundo já sabia. Mas minha pena é a mais adorável de todas: criar portas.

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