Me queria, não me queria? Acho que sonhei com isso.
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Me lembrei de uma vez em que me apaixonei em sonho. Ele era loiro, alto e gentil. Estava atrás de um balcão e meu coração perdeu o ritmo quando eu o vi.
O susto me acordou de leve, e quando voltei a dormir não era mais ele, mas um amigo. Pasma, eu o empurrava e escalava (faço isso mesmo) em busca do rapaz, perguntando em desespero onde ele fora, mas nada.
Mas na mesma noite eu o vi. No pátio da Belas-Artes, o sol se punha anunciando tempestade - tudo era amarelo e roxo, e hava uma casa onde fica na verdade o ateliê do aluno. Eu estava sentada no pátio, conversando, e ele veio e começou a falar conosco. Engasguei nas palvras, mas ele sorriu e me estendeu a mão, para conhecer sua casa. Eu corava violentamente e tremia, lembro de que tremia muito.
A casa era grandinha, cheia de degraus e um mezanino - poderia desenhá-la mesmo agora - onde ele cuidava de algumas crianças órfãs junto de uma amiga. Minha mente dizia que ele tinha 23 anos, e eu me acanhava muito ao ver alguém tão altruísta. E sentia inveja da amiga querida dele que era muito quieta, o que eu interpretei como hostilidade.
(como posso me lembrar de tantos detalhes? Como sinto o olhar dele sobre mim? Já faz mais de um ano que esse sonho me assombrou - e me lembro como se fosse ontem)
A tempestade chagava. Ele subiu numa escada de madeira, frágil, para arrumar umas telhas antes que começesse a chover, e eu e a garota ficamos segurando-a. Ela me olhou com atenção antes de abrir a boca.
- Você o ama, né?
Eu corei e tropecei na garganta.
- Então vai.
Sorri pelo encorajamento, eu a havia julgado mal. E me pus a subir a escada. Ele estava descendo, sorriu confuso e segurou a minha mão.
- O que foi?
Acordei.
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Esta noite alguém de quem gostei me queria. Timidamente, me queria. Mas creio que estivesse semi-acordada.
Não estava apaixonada.
Mas o outro me amava, não amava? Espero que seja verdade.
domingo, 10 de maio de 2009
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