quinta-feira, 4 de novembro de 2010
133. Potencial
Hoje me peguei sonhando de novo. Há um potencial para amizade pra onde quer que se olhe? Sim. Sim!
terça-feira, 2 de novembro de 2010
132. Problemas
Não sei pra vocês, mas pra mim a vida é um intenso dia-após-dia-após-dia, que nunca têm 12 horas de diferença. Amanheço hoje, amanheço de novo amanhã, anoiteço por uma semana, e o sol virá por detrás da chuva. Mas acho que a gente tece problemas demais. Nem mesmo a dor é um problema. O que não pode ser resolvido, o que só pode ser aceitado, não é um problema, é uma resignação. É um alívio.
domingo, 31 de outubro de 2010
131. Ex ces si vo
Repete, Mariá.
Ex ces si vo.
Engole o choro, que você já é grande.
Move on and don't make that mistake again.
Ex ces si vo.
Engole o choro, que você já é grande.
Move on and don't make that mistake again.
130. Cartas
Saudade daqueles que estão por perto. Dar bom-dia de manhã, ver todas as tardes, conversar toda noite. A um e-mail, um telefonema, uma esquina de distância. Mas saudade.
As cartas são sagradas porque nosso coração reside na caligrafia, e seu conteúdo não precisa ser comentado: existe, e é resolvido ali, então.
E você vê, lá no fundo, que tudo é mais que apesar de. É com. É sempre, porque o sempre existe. E o mundo tem seus próprios desígnios, nosso dever é desfrutá-los sem reclamar, sem refletir.
Não é direito de ninguém ferir quem a gente ama, nem mesmo a própria pessoa. E enquanto houver quem vele seu sono, há como dormir em paz.
As coisas são sagradas e a gente nem sabe.
As cartas são sagradas porque nosso coração reside na caligrafia, e seu conteúdo não precisa ser comentado: existe, e é resolvido ali, então.
E você vê, lá no fundo, que tudo é mais que apesar de. É com. É sempre, porque o sempre existe. E o mundo tem seus próprios desígnios, nosso dever é desfrutá-los sem reclamar, sem refletir.
Não é direito de ninguém ferir quem a gente ama, nem mesmo a própria pessoa. E enquanto houver quem vele seu sono, há como dormir em paz.
As coisas são sagradas e a gente nem sabe.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
129. Epifania
"- Eu amo você.
- Ama?
- Amo.
Silêncio.
- E agora?
- E agora nada.
- O que você quer?
- Querer? Nada.
- Nada, nada?
- Só o que você tem me dado.
- Quem ama quer algo além, poxa.
- Mentira.
- Verdade.
- Por que pediria mais do que você me dá? Eu amo o que você me dá, eu amo você; não preciso de mais nada.
- Mais nada?
- Mais nada.
Silêncio.
- Não quer me beijar?
- Se você quiser.
- E se não quiser?
- Também não quero.
- ...o que deu em você hoje?
- Amor não é beijo.
- Não, não é. E o que é?
- Eu estou aqui. Você não sabe?"
Aí eu tive a epifania mais linda deste ano.
- Ama?
- Amo.
Silêncio.
- E agora?
- E agora nada.
- O que você quer?
- Querer? Nada.
- Nada, nada?
- Só o que você tem me dado.
- Quem ama quer algo além, poxa.
- Mentira.
- Verdade.
- Por que pediria mais do que você me dá? Eu amo o que você me dá, eu amo você; não preciso de mais nada.
- Mais nada?
- Mais nada.
Silêncio.
- Não quer me beijar?
- Se você quiser.
- E se não quiser?
- Também não quero.
- ...o que deu em você hoje?
- Amor não é beijo.
- Não, não é. E o que é?
- Eu estou aqui. Você não sabe?"
Aí eu tive a epifania mais linda deste ano.
128. Tenra
Agora já perdi, playboy. Sou mesmo uma criatura que se alimenta de amor, e que precisa alimentar com amor. O problema é que finjo que não, igual criança orgulhosa doida pra comer o bolo que lhe proibiram antes, mas que agora permitem, com toda bajulação.
É minha única defesa, sou tenra demais. E quando a derrubo, tenho medo que seja doce demais.
Mas fazer o quê? Só sabia mentir para mim mesma, agora nem isso. Sou pateticamente meiga em um mundo - me dizem - duro. Verdade que não é uma meiguice evidente, mas existe, e me assusto quando me enterneço com minhas próprias mãos de floreios ou meus olhos assustados, negros, enormes.
É, é uma derrota. Todo mundo já sabia. Mas minha pena é a mais adorável de todas: criar portas.
É minha única defesa, sou tenra demais. E quando a derrubo, tenho medo que seja doce demais.
Mas fazer o quê? Só sabia mentir para mim mesma, agora nem isso. Sou pateticamente meiga em um mundo - me dizem - duro. Verdade que não é uma meiguice evidente, mas existe, e me assusto quando me enterneço com minhas próprias mãos de floreios ou meus olhos assustados, negros, enormes.
É, é uma derrota. Todo mundo já sabia. Mas minha pena é a mais adorável de todas: criar portas.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
127. Vento
Você, niñita, se preocupa demais.
"É só o vento, niñita". É o que dizem. Mas eu achava que o vento cantava, em pequena, e hoje em dia ele me escreve.
"É só o vento, niñita". É o que dizem. Mas eu achava que o vento cantava, em pequena, e hoje em dia ele me escreve.
terça-feira, 20 de julho de 2010
126. Fangirl
"Quando jurei que não ia, eu fui; com passos hibernais e o coração bombeando lava para meu peito, baixo ventre e lábios. Você já estava lá, sorrindo como um coiote, e na mesma hora soube que não poderia, e que não podendo que perderia a grande oportunidade de todas as minhas mil vidas, a chance de se redimir das gaiolas fúteis que me amassaram o coração e me tornaram igual a um ovo: forte por fora e indefesa por dentro. Fechei os olhos, apertando-os levamente, desejando no íntimo que você fosse embora do quarto e levasse a merda daquela lua com você, que ela me atiçava como fosse com ferro. Quando abri, você continuava lá, as pálpebras caídas com uma mansidão indolente, antegozando o meu gozo como quem aguarda a sobremesa. Já me via refletida em sua pele. Já te ouvia suspirar meu nome contra minha boca, entrelaçando suas dedos de junco entre os meus e me pedindo para pedir mais.
Na mesma hora soube que não poderia, claro. Você também soube. Você era, naquele momento, muito mais velho que eu, e as raízes dos costumes me afogavam o 'sim' na faringe naquela hora. Você sabia. E estendeu a mão para enroscar os dedos no meu punho, e me puxou para o leito com delicadeza, expirando em meu pescoço. Me encolhi tal qual um gato contra seu peito - quente, sempre quente, eu sempre tão fria -, resistente por hábito ao seu carinho, e chorei.
Era sua ostra, e era toda sua, toda sua. Mas não era minha, por isso não tive a coragem de me entregar. E se eu pudesse voltar atrás...
Pediria pra beijar minhas lágrimas."
Fangirl é uma das piores raças que existem, ao lado dos emos bizarros, fursuiters e jogadores profissionais de WOW. E eu sei, sou uma delas.
Na mesma hora soube que não poderia, claro. Você também soube. Você era, naquele momento, muito mais velho que eu, e as raízes dos costumes me afogavam o 'sim' na faringe naquela hora. Você sabia. E estendeu a mão para enroscar os dedos no meu punho, e me puxou para o leito com delicadeza, expirando em meu pescoço. Me encolhi tal qual um gato contra seu peito - quente, sempre quente, eu sempre tão fria -, resistente por hábito ao seu carinho, e chorei.
Era sua ostra, e era toda sua, toda sua. Mas não era minha, por isso não tive a coragem de me entregar. E se eu pudesse voltar atrás...
Pediria pra beijar minhas lágrimas."
Fangirl é uma das piores raças que existem, ao lado dos emos bizarros, fursuiters e jogadores profissionais de WOW. E eu sei, sou uma delas.
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