domingo, 25 de março de 2012

230. P'a ti.


"Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho.
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés"

229. Óleo

Eu também não quero ir.

Não me sinto pior. Sem querer, você me curou... ou nos curamos uma à outra. Me sinto melhor. Porque sentir-se amado, necessitado, é a melhor coisa do mundo.

Sentir que a gente é o que o outro precisa mesmo quando a gente não é nada. Mesmo que a gente não mereça.

E saber que você não quer me deixar tanto quanto eu não quero te deixar é o melhor presente que você poderia me dar, apesar do sofrimento. Óleo sobre uma queimadura que você nem sabia que estava ardendo hoje. Todos os caminhos brilham e se apagam igual, mas me alegro por ter escolhido este, perto de você.