domingo, 29 de janeiro de 2012

226. Como uma casa

"Me cuidas tanto..." Me cuidas más.

Essa sensação de pertencer. De querer estar. De querer olhar ao redor e chamar de casa, e de sentir cada fenda do asfalto chamando meu nome em silêncio.

A casa é onde o coração está, isso é verdade (como uma casa). Sinto falta dos meus, e da luz dourada entrando pela janela no anteocaso da tarde. Sinto falta do chão frio, das paredes escuras, dos ruídos no sótão, das plantas e dos cães. Sinto falta dos meus amigos e da brisa do mar. Mas não me importaria de deixar todo o resto para trás e ver a luz de inverno ziguezagueando por entre as árvores desnudas em Cibeles. E os caminhos de pedra de Toledo. E o ar perfumado de Sevilha.

Essa sensação estranha e triste de não ter raiz mais que os próprios laços de amor. Essa sensação de adotar cada lugar belo como um lar, sabendo que não é o seu.

Estou sentindo isso agora mais que nunca, e que estranho é.

domingo, 22 de janeiro de 2012

225. Jogar

Vivendo e aprendendo a jogar.


Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas

(...) Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode (...)

aprendendo a jogar.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

224. Parêntesis

Abre parêntesis:


Eu quero a minha mãe.


Fecha parêntesis.

domingo, 1 de janeiro de 2012

223. Sobre

Para começar de novo, aprendizados. Sobre como "beijos não são contratos nem presentes são promessas". Sobre como nascemos sozinhos e seguimos sozinhos, mesmo se uma pessoa que você ama está ali, ao seu lado. E ao mesmo tempo, a vida é menos triste ao ser compartilhada. Sobre como dizer que alguém é importante pra você pode ser complicado, mas apenas pelas lombadas morais que os dois têm. E pelas lombadas morais que você acha que o outro tem. Sobre a idiotice que é conter a alegria, mas como isso parece ser o melhor, o mais racional... e como é isso que fazemos.

Sobre o que dizemos e o que queremos dizer, e o quando devemos falar ou calar. Sobre como se importar com estranhos é irrelevante mas tentar agradar é um suplício. Sobre como cada ser humano é mínimo e desimportante no turbilhão que é a vida de uma pessoa, e que tornar-se digno de atenção e carinho é algo que nunca deve ser menosprezado. Mas também sobre como cada pessoa é um pedaço mínimo na vida de outras... e que temos de aprender a andar sozinhos. Ainda não sem fazê-lo sem melancolia, mas vou aprender.

Cada dia mais penso em como seria ter um filho. A responsabilidade de tentar fazer com que a criança entenda que o mundo é muito mais estranho do que parece, e que ele se desvela de acordo com sua conjunção astral.

Como ensinar que se cada dia é uma lição?